Publicado 29/11/2024 20:08
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou que o ex-ministro da Justiça Anderson Torres compareça ao velório e sepultamento de sua mãe, Amélia Torres, que faleceu na manhã desta sexta-feira, 29, aos 70 anos, vítima de um tumor cerebral.
PublicidadeOs eventos fúnebres de Amélia ocorrerão neste fim de semana. A defesa de Torres precisou pedir autorização a Moraes porque o ex-ministro cumpre medidas cautelares desde maio de 2023, quando deixou o presídio que ficou por quatro meses sob suspeita de omissão nos atos golpistas de 8 de janeiro. Uma das medidas é justamente a proibição de sair de casa aos fins de semana.
Há uma semana, Moraes havia flexibilizado as medidas para que Torres pudesse acompanhar o tratamento médico da mãe. Ele, que usa tornozeleira eletrônica, passou a poder passar as noites e os fins de semana na casa dos pais ou no hospital em que a mãe esteve internada.
Na decisão, o ex-secretário poderá permanecer no cemitério no tempo estritamente necessário para a cerimônia. Apesar da autorização, Moraes destacou que as flexibilizações foram concedidas em caráter provisório, sem dispensá-lo do cumprimento das demais medidas cautelares impostas.
Torres foi ministro da Justiça no governo Bolsonaro. Ele é investigado por suposto envolvimento nos ataques golpistas aos prédios dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023. Na ocasião, atuava como secretário de Segurança Pública do DF.
A suspeita é de que Torres tenha sido omisso e conivente com os ataques. No dia dos atos antidemocráticos, ele estava nos Estados Unidos. O ex-ministro chegou a ser preso, por decisão de Moraes, mas recebeu liberdade provisória em maio do ano passado, com a imposição de medidas cautelares.
Uma operação da PF apreendeu na casa dele, em 10 de janeiro de 2023, a "minuta do golpe", um texto que serviria de base para decreto golpista de Jair Bolsonaro (PL).
Na semana passada, Torres foi um dos 37 indiciados pela Polícia Federal (PF) no inquérito que investiga tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022 para impedir a posse do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Também estão na lista de indiciados Bolsonaro e outros integrantes de seu governo.
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