Publicado 15/07/2025 11:57 | Atualizado 15/07/2025 12:21
Maranhão - O prefeito de Igarapé Grande, João Vitor Xavier (PDT), foi preso na manhã desta terça-feira (15), após ter matado a tiros o policial militar Geidson Thiago da Silva, durante uma vaquejada no município de Trizidela do Vale, no Maranhão, no dia 6 de julho.
PublicidadeO gestor municipal se entregou na sede da Polícia Civil, em São Luís, um dia após a Justiça aceitar o pedido de busca e apreensão e prisão preventiva realizado pela Delegacia de Pedreiras, que investiga o caso.
Na segunda (14), o prefeito foi procurado na prefeitura e na casa onde mora em Igarapé Grande, mas não foi encontrado. A prisão foi determinada com o objetivo de garantir a ordem pública e também para apreender a arma do crime, que ainda não foi localizada.
Logo após se entregar, João Vitor foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) para realizar exame de corpo de delito. Em seguida, será levado para uma unidade prisional.
O prefeito é investigado e ainda não foi indiciado pelo crime de homicídio. Se for levado a julgamento, João Vitor Xavier, também deverá ser julgado em tribunais superiores, já que possui foro privilegiado.
O prefeito de Igarapé Grande, João Vitor Xavier, tem 27 anos, é solteiro, possui ensino médio completo e, durante as Eleições Municipais de 2024, declarou à Justiça Eleitoral a ocupação de estudante, bolsista ou estagiário. Ele é sobrinho do ex-prefeito de Igarapé Grande e ex-presidente da Federação dos Municípios do Estado do Maranhão (Famem), Erlanio Xavier.
Crime
De acordo com testemunhas, o crime ocorreu durante uma vaquejada em Trizidela do Vale (MA), quando o policial militar Geidson Thiago, conhecido como "Dos Santos", pediu ao prefeito para reduzir a intensidade dos faróis do carro, porque a luz estaria incomodando as pessoas presentes no evento.
Durante a confusão, João Vitor Xavier teria sacado uma arma e efetuado pelo menos cinco disparos contra o policial, que estava de folga.
O PM foi socorrido e levado a um hospital, mas devido à gravidade dos ferimentos, foi transferido para uma unidade com mais estrutura. No entanto, ele não resistiu e morreu durante o atendimento. O policial era lotado no 19º Batalhão de Polícia Militar.
O prefeito chegou a se apresentou à Polícia Civil no dia seguinte ao crime, mas foi liberado após prestar depoimento. Segundo o delegado Ricardo Aragão, superintendente de Polícia Civil do Interior, ele não ficou preso porque 'não havia flagrante'.
Em depoimento, o gestor municipal teria dito que havia "se livrado" da arma e que não possui autorização para portá-la. De acordo com ele, o revólver calibre .38 havia sido adquirido há dois anos, como um presente de um eleitor.
A defesa do prefeito alega que João agiu em legítima defesa, pois o policial militar teria sacado uma arma durante uma discussão relacionada ao farol ligado do carro do prefeito. No entanto, de forma preliminar, testemunhas e a Polícia Civil contestam essa versão.
Prefeito pediu licença do cargo
Após o crime, o prefeito João Vitor pediu a licença médica alegando que iria cuidar de sua defesa e para 'tratamentos psiquiátricos'. O afastamento é pelo período de 125 dias podendo ser interrompido com seu retorno a qualquer momento. Durante a licença, João Vitor vai continuar recebendo mensalmente o salário como prefeito, de R$ 13.256,08 (líquido).
No documento, ele alegou que está "profundamente abalado (...), circunstância que demanda cuidados médicos específicos, sobretudo por ser um paciente bariátrico".
Na última quarta-feira (9), a Câmara Municipal de Vereadores de Igarapé Grande aceitou o pedido de licença, por unanimidade, e empossou a vice, Maria Etelvina.
No documento, ele alegou que está "profundamente abalado (...), circunstância que demanda cuidados médicos específicos, sobretudo por ser um paciente bariátrico".
Na última quarta-feira (9), a Câmara Municipal de Vereadores de Igarapé Grande aceitou o pedido de licença, por unanimidade, e empossou a vice, Maria Etelvina.
Leia mais

Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.