João Vitor de Souza Mesquita, deu entrada na unidade no último dia 31 de dezembro, com quadro de fraqueza, perda ponderal, cegueira, febre, dores, entre outrosLetycia Rocha (RC24h)
Publicado 04/01/2023 18:41 | Atualizado 04/01/2023 18:42
Um adolescente de 15 anos, morador do bairro Manoel Corrêa, em Cabo Frio, na Região dos Lagos, morreu no início da tarde desta quarta-feira (4), após quatro dias internado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Parque Burle, com quadro de leucemia e à espera de transferência para um hospital de referência.
Segundo o advogado Ramon Folhadella, da ONG Ame Mais e que acompanha o caso, a vítima, João Vitor de Souza Mesquita, deu entrada na unidade no último dia 31 de dezembro, com quadro de fraqueza, perda ponderal, cegueira, febre, dores, entre outros.
A fim de identificar a doença que acometia o jovem, foram realizados diversos procedimentos e constatado quadro de neoplasia hematológica (leucemia) e solicitada a transferência, no mesmo dia, para uma unidade hospitalar de referência para tratamento hematológico e adequado em caráter de urgência. A necessidade foi comprovada em um laudo emitido na terça-feira (3), assinado pelo médico André Gonzaga.
Devido a demora na transferência do garoto, o advogado que representa a família entrou com uma liminar, que teve a tutela de urgência concedida.
De acordo com o documento, a transferência de João Vitor deveria ter sido providenciada até às 6h dessa quarta, em UTI móvel, “com equipe médica bastante, e a consequente transferência para hospital de referência no tratamento de neoplasia hematológica, público ou privado, com início, dentro das primeiras quatro horas da nova internação, dos procedimentos de avaliação e tratamento apontado como adequado após complemento diagnóstico”, o que não aconteceu.
Ainda conforme a decisão da Justiça, o descumprimento da ordem “ensejará multa de R$1.000,00 (mil reais) por hora de descumprimento e possível arresto por meio de bloqueio eletrônico”.
Procurados pela reportagem, o Governo do Estado afirmou que “a referida unidade não se encontra sob gestão estadual”. Já a Prefeitura Municipal não respondeu aos questionamentos até a publicação da matéria.
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