Publicado 27/11/2023 13:19
Na manhã deste sábado (25), o Movimento de Mulheres Olga Benario realizou uma ocupação pacífica em Cabo Frio, Rua Itajuru, Centro, dando início à Casa de Referência Inês Etienne Romeu. A ação, que começou na madrugada e prossegue, visa oferecer apoio e orientação a mulheres em situação de vulnerabilidade, além de facilitar a denúncia de violências sofridas.
Presentes no local, estão policiais militares, guardas da Romu e da Patrulha Maria da Penha Além destes, segundo informações, o controlador do município e Rafa Quilombola Fellove, que atua na prefeitura, foram até a ocupação e conversaram com Chantal, uma das organizadoras.
Relatos apontam que a prefeita Magdala teria pedido que o grupo abrisse uma mesa de negociação sobre o assunto numa reunião no gabinete. A casa, que pertence à Prefeitura Municipal de Cabo Frio, estaria abandonada há mais de uma década e não cumpria função social.
A escolha do nome da casa homenageia Inês Etienne Romeu, única sobrevivente da Casa da Morte, centro de tortura da ditadura em Petrópolis, e última presa política liberada no Brasil após 96 dias de tortura. A ocupação acontece no Dia Internacional de Combate à Violência Contra a Mulher, marcando a primeira ação do tipo do movimento no interior do Rio de Janeiro.
O objetivo é chamar a atenção para os altos índices de violência contra as mulheres na Região dos Lagos, que, conforme dados oficiais, tornou-se a segunda região com mais casos no estado do Rio de Janeiro. Somente em Cabo Frio, o ano passado registrou 71 denúncias de estupro e 151 vítimas de violência física. O Centro Especializado de Atendimento à Mulher (CEAM) contabilizou 800 casos de violência contra a mulher no mesmo período.
A ocupação busca chamar atenção para a violência de gênero e a carência de políticas públicas efetivas na região.
Pétala Cormann, coordenadora do Movimento na área, ressalta que a iniciativa também visa cobrar respostas do poder público para casos não solucionados.
“A ocupação também serve para honrar a memória das vítimas de feminicídio e cobrar por uma resolução dos casos que ainda não tem resposta por parte do poder público, deixando famílias inteiras desoladas enquanto os assassinos ainda estão a solta, como é o caso da jovem Ana Carolina dos Santos, estudante de apenas 18 anos que foi morta a caminho do trabalho” afirma.
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