Campos — Um ato contra o racismo reuniu cerca de 70 pessoas na tarde desta quarta, na Praça São Salvador, Centro de Campos. Com faixas e palavras de ordem motivadas pelo movimento “Vidas negras importam”, os manifestantes tomaram o cuidado de preservar o distanciamento e de usar as máscaras para evitar o contágio pelo coronavírus. O protesto transcorreu pacificamente e não houve registro de confusão.

Ao contrário do que houve na sexta passada, quando um pequeno grupo de 20 pessoas protestava sob as mesmas bandeiras e foi reprimido com violência pela polícia militar, que usou bombas de gás lacrimogênio. A ação da PM, na ocasião, foi alvo de protestos de várias entidades e órgãos de Campos, como o MP, a OAB local, a Associação de Imprensa Campista, e Conselho Municipal de Cultura.

“Campos tem um papel na pauta racial em toda a história do Brasil e tem um dos movimentos negros mais antigos e mais ativos do Brasil”, disse Rogério Siqueira, jornalista e embaixador do Conselho Pan-Africano no Brasil, ao jornal Terceira Via.

O protesto desta quarta foi apoiado e promovido por dezenas de grupos e entidades civis de Campos.

“Quando a gente vê quase 40 entidades se juntando em praça pública em plena quarta-feira de tarde, a gente vê que o povo preto está mobilizado contra o racismo”, emocionou-se Totinho Capoeira, presidente do Conselho Municipal de Igualdade Racial.

Ao fim do ato, as pessoas marcharam até o monumento do Pelourinho, no Calçadão, local onde ocorreu a repressão contra a ação promovida na sexta.