Juntamente com o secretário Marcelo Neves, técnicos da prefeitura retornaram ao aterro sanitário Foto Secom/Divulgação
Publicado 05/06/2023 19:45
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Campos – Embora esteja operando com produção de 1 megawatt (MW) hora, capaz de abastecer 15 mil residências, a Unidade Geradora de Energia Elétrica a partir do biogás (metano tratado e extraído do processamento do lixo doméstico) tem potencial para triplicar o número de imóveis beneficiados.
A unidade está instalada No Centro de Processamento de Resíduos (CPR), antigo Aterro Sanitário, na localidade de Conselheiro Josino, ao norte do município; o processamento diário de lixo doméstico é de 550 a 600 toneladas e produz cerca de 800 metros cúbicos de biogás.
A operação com menos MW acontece, porque a rede de distribuição da concessionária que distribui a energia elétrica não suporta a carga; porém, a expectativa é de que, até o final do ano, atinja a 3MW/h, o correspondente a três milhões de watts.
Nesta segunda-feira (05), o secretário de Petróleo, Energia e Inovação de Campos, Marcelo Neves, acompanhado de outras autoridades municipais, avaliaram de perto as instalações de produção de biogás; o engenheiro Paulo Henrique de Souza, diretor da Vital Engenharia (concessionária dos serviços de coleta e limpeza), detalhou todos os procedimentos.
Para tanto, Henrique contou com a assessoria dos técnicos Jackson Oliveira e Rafael Cabral. Jackson administra as plataformas de compostagem, os drenos de chorume do lixo e opera os 83 pontos de drenagem (captação) do biogás.
Já Rafael, opera o grupo gerador de energia, que chama atenção pelo motor de 20 pistões; o técnico também cuida da manutenção. Marcelo Neves verificou as condições de funcionamento e capacidades dos acondicionadores do biogás.
Outra inspeção feita pelo secretário foi quanto ao conjunto gerador de energia elétrica, movido pelo gás extraído do lixo orgânico que é recebido no CPR das cidades de Campos, Bom Jesus do Itabapoana, Cardoso Moreira, Itaperuna, Natividade, São Fidélis e São João da Barra, de lixos domésticos.
“Conforme foi verificado pela equipe da prefeitura, coordenada por Marcelo Neves, temos potencial capaz de ampliar a produção de energia para 3MW/h de energia com a produção atual de biogás”, defende Henrique explicando que “biogás é o gás metano processado a partir da decomposição do lixo doméstico”.
No entanto, segundo ainda o engenheiro, a Enel alega não ter rede de distribuição estruturada para receber mais carga: “A nossa produção atual de um megawatts é suficiente para abastecer 15 mil casas e está sendo vendida para o Grupo Águas do Brasil, que atua em várias cidades no Estado do Rio e outras regiões do Brasil”, reforça.
Henrique está otimista acreditando na possibilidade de a concessionária fazer investimentos necessários para que possa ser ampliada a produção de energia com a destinação ecológica para o gás extraído do lixo, beneficiando o meio ambiente.
De acordo com a secretária de Serviços Públicos, Simone Muniz, o volume de produção do lixo doméstico tem crescimento vegetativo e gera escala na produção do biogás. Uma das causas é falta de estrutura adequada para distribuição das novas energias, lamentada por Marcelo Neves.
O secretário aponta que a rede de cabos e transformadores para distribuição da energia da Enel, concessionária dos serviços de distribuição de energia no interior do Estado do Rio, “não tem estrutura adequada para distribuir a nova carga das energias alternativas produzidas em Campos.
ALTERNATIVA - Visando sanar a dificuldade, Neves lembra que o governo municipal já trabalha com o Estado, que na semana passada enviou uma equipe para conhecer detalhes da operação no CPR: “A falta de estrutura no sistema de distribuição da empresa fora alegada durante reunião entre Wladimir Garotinho e equipe técnica da prefeitura com dirigentes e equipe da Enel, realizada no dia 30 de maio no gabinete do prefeito”.
O secretário de Transparência e Controle, Rodrigo Resende, adianta que necessidade de estruturação da rede de distribuição de energia por parte da Enel para viabilizar a implantação de 30 Usinas Fotovoltaicas e mais duas Unidades Geradoras com Biogás no CPR, “são tópicos da pauta na agenda de Wladimir e de secretários das áreas de Energia, Desenvolvimento e Investimentos para nova reunião com diretores da empresa nessa terça-feira (06), em Niterói”.
Por meio da Secretaria de Petróleo, a prefeitura já iniciou ações de interação com autoridades da Secretaria Estadual de Energia e Economia do Mar. Marcelo Neves destaca que a iniciativa acontece a partir da parceria firmada entre os governos municipal e estadual para implementar o Programa de Produção de Energias Renováveis em Campos.
O Estado é o poder concedente na concessão dos serviços de distribuição de energia no interior do Estado; e o secretário pondera: “Por isso, a interação será intensificada para mitigar as dificuldades na estrutura de transmissão das novas energias alternativas para viabilizar os projetos de matrizes eólica, fotovoltaica, biomassa e biogás”.
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