Stella Tó (de óculos) resume que o trabalho faz uma costura entre a vida de cinco mulheres negras Foto Carlos Grevi/Divulgação
Publicado 10/08/2023 19:01 | Atualizado 10/08/2023 19:13
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Campos - Fomentar o longo e intenso debate sobre mulheres negras que ocupam lugares estratégicos e relevantes na sociedade e enfrentam sistematicamente a violência do racismo. Esta é a proposta da jornalista Stella Tó, de Campos dos Goytacazes (RJ), autora do documentário “Cores Pretas”.
A excelência do trabalho o leva a ser exibido, dia 19 próximo, no Museu da Cultura e da História Afro-brasileira (Muhcab), na cidade do Rio de Janeiro, com início às 10h. Na sequência, haverá uma roda de conversa.
Estão confirmadas as presenças da deputada estadual Dani Balbi (primeira professora trans da Universidade Federal do Rio de Janeiro, doutora em Ciência da Literatura, roteirista, participante das lutas estudantis e de movimentos negros), da assistente social Simone Ramos e da doula (profissional que oferece apoio físico, informacional e emocional durante a gravidez) Livia Tó.
A própria Stella Tó dirige o filme e explica o enredo: “O trabalho faz uma costura entre a vida de cinco mulheres negras, que narram suas vivências de enfrentamento ao racismo, e que ainda assim, vislumbram possibilidades de construir caminhos frutíferos para as próximas gerações”.
A exibição está inserida na programação oficial do Muhcab que, segundo a jornalista, traz ainda curso de letramento racial, lançamento de livro, abertura da exposição Contemporânea Ancestral, dramaturgias afirmativas de Jongo e roda tradicional de samba, no mesmo dia da exibição.
No entendimento de Stella Tó, trata-se de uma oportunidade para reunir mulheres negras que se destacam em diferentes frentes e compartilhar suas trajetórias de lutas: “Quando ocupamos lugares estratégicos de decisão é preciso reafirmar o quanto nossos passos são relevantes e convocar as nossas parceiras para andarmos juntas”.
Na opinião da diretora do documentário (que faz parte do patrimônio cultural de Campos), não existe empoderamento único: “A gente só consegue caminhar com firmeza quando damos passos em coletividade", ressalta.
De acordo com dados da República.org., o Brasil é composto por 51,1% de mulheres, sendo 44% mulheres autodeclaradas pretas e pardas: “No entanto, ao compararmos cargos de liderança na administração pública, por exemplo, as mulheres negras ocupam menos de 12% dos cargos de gestão na esfera federal”.

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