A audiência pública aconteceu na tarde dessa segunda-feira, reunindo vereadores e várias outras personalidades Foto Câmara/Divulgação
Publicado 14/08/2023 23:31 | Atualizado 14/08/2023 23:32
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Campos - Acumulando dívida de R$1,6 milhão e com pedido de autofalência judicial, Ao Livro Verde, livraria mais antiga do Brasil em funcionamento em Campos dos Goytacazes (RJ), corre sérios riscos de fechar as portas. Trata-se de um patrimônio histórico-cultural nacional de 179 anos pressionado por uma crise que se arrasta há algum tempo, agravada pela pandemia.
Logo que a situação veio à tona, surgiu um movimento chamado “SOS Ao Livro Verde”, liderado pelo jornalista Adelflan Lacerda, presidente da Fundação Cultural de Campos, mantenedora do Centro Universitário do Norte Fluminense (Uniflu) que congrega as Faculdades de Direito; de Filosofia; e de Odontologia da cidade.
Já são quase duas mil assinaturas de manifestantes-solidários, tanto de populares quanto de diversos seguimentos da sociedade civil organizada do município e de outras cidades, inclusive a Academia Brasileira de Letras; a grande maioria se manifesta fazendo comentários e dando sugestões.
Uma idéia é criação da “Casa de Cultura - Livraria Ao Livro Verde”, pauta desta segunda-feira (14) em audiência pública na Câmara Municipal de Campos. O prédio do comércio fica no centro da cidade e é tombado pelo Conselho de Preservação do Patrimônio Histórico e Cultural de Campos (Coppam).
Segundo Lacerda, a empresa está com todas as obrigações trabalhistas r em dia, mas há uma ação civil de autofalência, decorrente da crise instalada no setor por causa dos efeitos financeiros advindos da pandemia do Coronavírus.
COMISSÃO TÉCNICA - Uma comissão técnica será criada para discutir o tema e analisar as propostas e será aprovada lei oficializando a livraria patrimônio histórico-cultural. “Já existe um projeto do Executivo municipal de revitalização do centro histórico de Campos; esse gesto concreto da prefeitura seria uma virada de chave”, admite Lacerda.
“Uma livraria não pode ser concebida apenas como um comércio de livros”, defende o presidente da Academia Campista de Letras (ACL), Cristiano Fagundes reforçando: “Pensar uma livraria de forma restrita, como uma casa destinada apenas à venda de livros, é um pensamento pequeno e totalmente fora do compasso social”.
A coordenadora do Arquivo Público Municipal Waldir Pinto de Carvalho, Rafaela Machado, pontua que quando a gente fala sobre a livraria mais antiga do Brasil, é uma discussão que tem que perpassar outros ambientes: “Aos vereadores cabe, inclusive, o papel de levar para Alerj, Senado, Brasília, para que a gente discuta nacionalmente o que está acontecendo com a Ao Livro Verde”, sugere.
Além do presidente do Legislativo, Marquinho Bacellar, participaram da audiência os vereadores Rogério Matoso, Bruno Vianna, Raphael Thuin, Fred Machado, Nildo Cardoso e Edson Batista.
Também, entre os presentes, o vice-presidente da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima, Fernanda Campos; presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas, Edvar Chagas; presidente da Associação Comercial e Industrial, Fernando Loureiro; e vice-presidente da Associação de Imprensa Campista, Vitor Menezes.
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