Publicado 02/10/2023 16:02
Campos - Restrições determinadas pela Secretária de Aviação Civil ao Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro afetam a atuação da Azul Linhas Aéreas no interior do estado; desde esse domingo (1º), os voos diretos do aeroporto na capital fluminense para sete cidades no país estão suspensos, uma delas Campos dos Goytacazes.
As demais alterações envolvem Brasília, Florianópolis, Vitória, Porto Seguro e Maceió. Está prevista ainda para o dia 29, a suspensão da rota direta para Goiânia. Responsável pela administração do Aeroporto Bartolomeu Lisando, em Campos, a Infra Operações Aeroportuárias confirma e informa que está se movimentando na tentativa de solução, envolvendo governo municipal e outros segmentos.
Respondendo a demanda de O Dia, através da assessoria, a Infra assinala que, “de acordo com notificação oficial da Azul, os voos diretos do Aeroporto Bartolomeu Lisandro, de Campos, para o Santos Dumont, no Rio, e para Vitória, no Espírito Santo, estão suspensos, a princípio, até o dia 30 de março de 2024”.
A companhia aérea explica que a medida está relacionada às novas limitações de capacidade do aeroporto Santos Dumont: “A Infra, concessionária responsável pela administração do aeroporto de Campos desde 2019, esclarece que a decisão pela suspensão dos voos é estritamente da companhia aérea diante do novo cenário e, portanto, não há qualquer relação com a infraestrutura aeroportuária que se mantém plenamente apta para atender possíveis demandas de novos voos saindo da cidade”.
A Azul era a única empresa que operava em voos diretos do aeroporto do Santos Dumont para Campos, ao norte do Estado do Rio. De acordo com a assessoria do Bartolomeu Lisandro, o aeroporto, em articulação com as autoridades municipais, segue interagindo com a companhia aérea a fim de obter uma posição sobre as perspectivas para o atendimento à região.
ARTICULAÇÕES - A posição da Secretaria de Aviação Civil é considerada uma regressão, pelo diretor de Indicadores Econômicos e Sociais da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Campos, economista Ranulfo Vidigal: “É evidente que com a alta nos preços dos combustíveis e insumos nos últimos tempos, as companhias aéreas são afetadas; mas essa posição não parece coerente”.
Vidigal avalia que, pelo menos no que diz respeito ao Norte Fluminense, a Secretaria de Aviação está agindo como quem desconhece a realidade de uma região que potencializa o turismo e a estrutura de negócios: “No momento em que municípios com Campos buscam alternativas para um desenvolvimento sustentável acontece essa decisão com características regressivas”.
O economista frisa que sua opinião é no sentido de que haja uma reversão imediata: “Acredito que o que não foi feito ainda possa acontecer, por parte da secretaria; ou seja, ouvir os segmentos envolvidos no processo de desenvolvimento regional”, sugere o economista.
“Além de oportuna, é urgente iniciativa da direção do aeroporto Bartolomeu Lisando ao buscar mobilização para que a suspensão dos vôos seja revista”, diz Vidigal adiantando que o secretário de Desenvolvimento Econômico, Mauro Silva, já está articulando fortalecer o movimento junto a entidades de classe.
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