Rodrigo Carneiro exemplifica necessidade de intensificação das ações preventivas Foto Kelly Maria/Divulgação
Publicado 02/02/2024 14:03 | Atualizado 02/02/2024 14:16
Campos - O índice da tendência de dengue no Estado do Rio de Janeiro tem alta, segundo dados divulgados quarta-feira (31) pela Secretaria de Estado de Saúde). Somente nas quatro primeiras semanas de 2024 já foram registrados 17.437 casos prováveis da doença. O diretor de Vigilância em Saúde de Campos dos Goytacazes (RJ), Rodrigo Carneiro, defende que a notificação de suspeitas é fundamental para que possam ser traçadas estratégias e estabelecer medidas de combate e prevenção.
O Panorama da Dengue aponta que, dos 92 municípios fluminenses, 14 apresentam taxa de incidência acima de 500 casos por 100 mil habitantes, parte deles na Região Serrana. Porém, não há registro de incidências no Norte Fluminense, onde Campos teria apenas 232 suspeitas da dengue neste início de ano.
A secretária de Estado de Saúde, Claudia Mello, afirma que, em nível estadual, os números estão altos e ainda continuam subindo rapidamente. A secretária lembra que os casos costumam aumentar no fim do primeiro trimestre e caem a partir de maio, junho. “Mesmo que a gente esteja diante de uma antecipação dessa curva de crescimento, o que indicaria uma possibilidade de a queda também acontecer mais cedo, os dados são um sinal de alerta”, observa.
A situação de Campos está sob controle, principalmente por causa da estratégia de prevenção montada pelo governo municipal, através do Centro de Controle de Zoonose (CCZ), com ações durante todo o ano, envolvendo a população nas ações de combate aos criadouros do Aedes aegypti, transmissor, também, da chikungunya e zika vírus.
No entanto, há um sinal de alerta quanto à possibilidade de haver registro considerável da dengue após o carnaval, gerado pelo período de chuvas intensas. Rodrigo Carneiro reforça que não pode haver descuido, realçando a importância das notificações de casos suspeitos e confirmados da doença, através das unidades de saúde públicas e privadas.
AÇÃO IMPORTANTE - “Essa conduta é fundamental para que as autoridades de saúde possam traçar estratégias e estabelecer medidas de combate e prevenção da patologia, levando em consideração o intervalo de tempo entre o aumento do número de casos”, justifica o médico orientando que a notificação deve ser feita através da ficha do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN).
Segundo Rodrigo Carneiro, o conhecimento da ocorrência de doenças em determinada área geográfica, junto do período que leva para aumentar ou diminuir o número de casos, “é importantíssimo para que a Subsecretaria de Vigilância em Saúde possa traçar as medidas a serem implementadas, tanto de forma regionalizada ou individualizada”. Ele indica o trabalho em conjunto como fundamental para o controle e prevenção da propagação do Aedes aegypti.
“Regiões com um grande número de casos de dengue, especialmente quando associados a um alto índice de infestação predial pelo mosquito transmissor, demonstram a necessidade de intensificação das ações de prevenção, tanto do poder público, quanto da população”, enfatiza o infectologista pontuando que a Secretaria de Saúde mantém contato diário com o CCZ para obter informações atualizadas.
Com base nos dados do CCZ, Rodrigo Carneiro diz que são identificadas as áreas de maior risco para novos casos de dengue e direcionar as medidas preventivas de forma mais eficaz: “Essas ações foram essenciais para identificar os períodos de maior transmissão da Covid-19. Com a dengue, a identificação também é facilitada devido à transmissão pelo Aedes aegypti”, exemplifica.
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