Luiz José orienta paciente a somente procurar o CRD em caso de sinais de alarme Foto César Ferreira/Secom
Publicado 26/02/2024 19:22
Campos – O quadro de casos de dengue no Estado do Rio de Janeiro é preocupante, com reflexos em diversos municípios. Campos dos Goytacazes é um deles, onde o tipo 2 é o principal em circulação, há pelo menos dois anos, causando quadros de sinusites, lesão pleural e abdominal (ascite), com evolução para choque séptico.
O alerta é do diretor do Centro de Referência da Dengue (CRD) de Campos, Luiz José de Souza. O médico prevê que Campos está próximo de entrar em epidemia; ele aponta que os casos da doença no município estão em uma proporção de 90%. Uma das grandes preocupações é que a maioria dos focos de procriação do mosquito transmissor, o Aedes aegypti, está nas residências.
Na sua rede social, o prefeito Wladimir Garotinho reforça o alerta feito por Luiz José e conclama a população a não apenas apontar o dedo para o governo, mas, fique vigilante e cuide principalmente dos quintais das residências, para evitar focos de procriação do Aedes.
“Temos feito a nossa parte, intensificando ações que já realizamos durante o ano, através do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), através do carro fumacê e visitação às residências”, pontua Wladimir que, no entanto, observa: “Mas, é fundamental que a população também faça a parte dela.
Luiz José realça que a dengue é uma doença infecciosa aguda, uma arbovirose transmitida ao homem por meio da picada do Aedes aegypti, também transmissor da chikungunya e zika vírus. “Campos deve entrar em epidemia em poucos dias, já que a cidade começou a registrar casos patologia antes do previsto, entre os meses de janeiro e fevereiro”.
CHUVA E CALOR - Segundo o infectologista, geralmente, a epidemia é localizada por regiões. “No entanto, neste ano, tendo em vista o mapa do estado, a doença vem se alastrando, simultaneamente, por todas as regiões”, assinala revelando que trabalha na assistência há 22 anos e nunca viu a situação chegar como está sendo verificada este ano.
“É preciso levar em consideração, também, que chuva e calor são favoráveis para a proliferação do mosquito”, relata Luiz José explicando: “Por isso, que nós tivemos muitos casos em janeiro e fevereiro, período esse atípico para a região, já que o pico de dengue costuma ser nos meses de abril, maio e junho”.
“Estamos trabalhando arduamente para que não tenhamos óbitos”, afirma o médico recomendando: “Para isso, orientamos os munícipes para que assim que aparecerem os primeiros sintomas, iniciem o mais rápido possível a hidratação, seja com água mineral, água de coco, sucos naturais ou soro caseiro. A dipirona também é recomendada, já que seu princípio ativo não é metabolizado pelo fígado”.
No entanto, o diretor do CRD aconselha ao paciente somente procurar o órgão em caso de sinais de alarme, como dor abdominal intensa; hemorragias; queda abrupta da pressão arterial; muita prostração, entre outros sintomas. “Esses pacientes precisam estar sendo acompanhados em um hospital ou no CRD, pois o quadro pode evoluir para hipotensão, seguido de choque.
Publicidade
Leia mais