Gilson André começou a ser ouvido pela delegada Nathália logo após ter sido preso, no Paraguai Foto Polícia Civil/Arquivo
Publicado 22/07/2024 21:09 | Atualizado 22/07/2024 21:20
Campos – A 2ª Vara Criminal da Comarca de Campos dos Goytacazes (RJ), acaba de receber denúncia do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (Gaeco/MPRJ) contra quatro pessoas pelo crime de estelionato, através de criptomoedas.
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A decisão, anunciada no último dia 11, é um desdobramento da operação Príncipe do BitCoin, deflagrada em outubro do ano passado pelo Gaeco/MPRJ e a 134ª Delegacia de Polícia, com o objetivo de cumprir mandados contra os quatro denunciados - Gilson André Braga dos Santos, Ana Claudia Carvalho Contildes, Gilson Ramos Vianna e Ana Paula Contildes.
Segundo o MPRJ, a quadrilha (membros da mesma família) agia desde o ano de 2016, aplicando o golpe da pirâmide financeira envolvendo a aplicação dos investimentos no mercado financeiro: “Por meio da A.C. Consultoria e Gerenciamento Eireli, os criminosos causaram prejuízo de R$ 234.600,00 às vítimas. Esses crimes foram cometidos nos anos de 2020 e 2021”.
Os criminosos já respondem a outros processos, pelos mesmos crimes. Gilson Ramos e Ana Paula logo foram presos; mas, Gilson André e Ana Claudia somente no dia 23 de novembro, pela então delegada titular da 134 DP, Nathalia Patrão, na cidade de Si Hernandarias, no Paraguai, a 25 quilômetros da divisa com Foz do Iguaçu, no Brasil.
Também participaram da ação a Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai; Ministério da Justiça e Segurança Pública; e Departamento de Operações de Inteligência do Sistema Penitenciário. Os dois presos foram identificados como responsáveis pela empresa A.C. Consultoria e Gerenciamento Eireli, com endereço em Campos.
CINCO MANDADOS - A polícia já estava no encalço da organização criminosa há algum tempo, tendo inclusive cumprido cinco mandados de busca e apreensão, no dia 28 de outubro de 2023, em endereços ligados a cinco suspeitos; na oportunidade, as duas outras pessoas sócias e familiares de Gilson André e Ana Cláudia foram presas; além de um pastor evangélico ter sido apontado como suspeito.
A denúncia do MPRJ detalha que, com a promessa de investimento em criptomoedas e retorno financeiro de 15% a 30% ao mês, a empresa inicialmente abria contas para os investidores e realizava as aplicações no mercado financeiro por meio das chamadas contas ‘copy’. “Como sugere o nome, é uma cópia de outra conta, que permitia aos criminosos realizarem investimentos, incluindo compras e vendas de ativos”.
“Inicialmente, os juros dos investimentos eram pagos, de modo a dar aparência de legalidade ao trabalho desenvolvido pela A.C. Consultoria”, continua a denúncia assinalando que, “após a celebração de diversos contratos, a empresa emitiu uma nota oficial comunicando que todos os contratos seriam rescindidos e os valores referentes aos mesmos seriam pagos em um prazo de 90 dias (a partir de 01 de dezembro de 2021, data da ‘Nota Oficial’), o que não foi cumprido”.
O Gaeco descobriu que, somente por meio da A.C. Consultoria e Gerenciamento Eireli, os criminosos fizeram mais de 43 vítimas, com a promessa de retorno altíssimo e fixo para o investimento aplicado. As investigações revelaram ainda que outra empresa, a Gayky Cursos Ltda, foi criada pelos mesmos criminosos para dar continuidade ao esquema.
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