Raphael Thuin promete promover um sistema de transporte coletivo que a população mereça Foto Divulgação
Publicado 31/08/2024 17:25 | Atualizado 31/08/2024 17:25
CAMPOS - O Legislativo não é mais a opção político-eleitoral do vereador Raphael Thuin. Ele se coloca no campo da disputa à prefeitura de Campos dos Goytacazes (RJ) nas próximas eleições e justifica: “Enquanto vereador, cumpri meu papel; agora é a hora de realmente ajudar Campos; como prefeito vou poder realizar e ajudar nossa população”.
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A pretensão inicial de Thuin (PRD) seria vice no próximo passo na vida pública; porém, estruturado pela coligação “Liberdade, emprego e dignidade”, compôs com o empresário Clodomir Crespo (DC), que abriu mão de ser titular para vir como vice: “Somos independentes e a única verdadeira opção de mudança da velha política de Campos”, propaga.
Facilitar à atração de indústrias, por meio de incentivos fiscais é uma das prioridades da bandeira do candidato; que também pensa em fortalecer o comércio e investir no agronegócio. Outra proposta é transformar Campos em uma cidade com grande potencial econômico, sem ficar refém de royalties.
Thuin considera mobilidade urbana o pior problema do município. A solução apresentada por ele é implantar um sistema moderno e de qualidade de transporte, com 14 terminais (um em cada distrito) e linhas circulares nas localidades: “Farei de tudo para que a população pague o menos possível para ter o seu direito constitucional de ir e vir garantido”, enfatiza.
ENTREVISTA
O DIA - Qual a avaliação que o candidato faz da sua campanha?
RAPHAEL THUIN - Somos independentes e a única verdadeira opção de mudança da velha política de Campos. Acredito no nosso crescimento, pois temos propostas reais para o desenvolvimento econômico e a geração de emprego. Hoje, a população é refém de um único caixa que é a Prefeitura, precisamos transformar nossa economia forte e auto sustentável.
O que o leva abrir mão de concorrer à reeleição Legislativa, para disputar à Prefeitura?
“Enquanto vereador, eu cumpri meu papel, fiscalizei o município e fiz 29 projetos de leis aprovados e sancionados e tenho mais 20 projetos tramitando. Agora é a hora de realmente ajudar Campos. Como Prefeito vou poder realizar e ajudar nossa população que tanto precisa de dignidade. Campos está, infelizmente, há quase 40 anos sendo administrada pelas mesmas famílias, que fazem de tudo para se perpetuarem no poder. Campos tem um potencial gigantesco, mas falta realmente uma candidatura independente, sem ser refém a nenhuma oligarquia familiar. Quero mesmo é fazer o bem de Campos”.
Qual a sua principal bandeira?
“Desenvolvimento econômico e geração de emprego. Facilitar a vinda de indústrias, por meio de incentivos fiscais, fortalecer o comércio e investir de verdade no agronegócio. Trabalhar para transformar Campos uma cidade com grande potencial econômico, sem ficar refém de royalties e do único caixa como é hoje, que é a prefeitura”.
Mobilidade urbana é um problema em várias cidades brasileiras; reflete diretamente no transporte coletivo; Campos não é exceção. Qual a sua proposta?
“Mobilidade urbana sem a menor dúvida é o pior problema de Campos de Goytacazes. Falta por parte da Prefeitura gestão com competência para amenizar o caos do transporte público, que vem privando à população e o trabalhador do direito de ir e vir, principalmente de quem mora na área rural e nos locais mais distantes. O transporte público tem solução com a implantação de um sistema moderno e de qualidade. Farei um sistema de transporte com 14 terminais um em cada distrito e linhas circulares dentro de cada localidade. Promovendo um sistema de transporte que a população merece”.
Em município cuja população é pequena a tarifa do transporte público é zero. O senhor acredita nessa possibilidade para Campos que tem 500 mil habitantes?
“Farei de tudo para que a população pague o menos possível para ter o seu direito constitucional de ir e vir garantido. A Prefeitura pode subsidiar os custos junto às empresas, para tentar oferecer uma passagem mais acessível, buscar investimentos no governo federal e parcerias que possam ajudar a fomentar o transporte público municipal”.
De que forma buscaria recursos para subsidiar as empresas?
“A prefeitura de Campos tem hoje cerca de R$ 2 bilhões em caixa; poderia usar o dinheiro do caixa público para incentivar as empresas virem para o município, permitindo oferecer um transporte mais digno, mais barato e de melhor qualidade para a população de Campos”.
Um dos desafios de vários administradores municipais e estaduais é a saúde pública. O que falta para melhorar em Campos?
“O caos na saúde pública municipal é fruto de uma má gestão. Campos dos Goytacazes tem uma receita de R$ 1 bilhão só para saúde, mais do que o orçamento total de muitas cidades. A prevenção é um dos caminhos, para isso, é necessário investir em programa de saúde da família, firmar parcerias com hospitais filantrópicos e particulares, para reduzir as filas dos exames e cirurgias. Valorizar os profissionais, criar centro de referência de saúde básica preventiva, firmar parcerias com a Faculdade de Medicina e Escolas de Enfermagens locais. Implantar a Telemedicina, para o primeiro atendimento, visando desafogar os hospitais e unidades de saúde, por meio de parcerias com as unidades de ensino para desenvolverem software para implantar a marcação online e a telemedicina. Campos oferecer plano de saúde em parceria com o servidor público, visando desafogar o sistema de saúde pública”.
O que o candidato pretende desenvolver no setor agrícola?
“Acredito que o setor agrícola será, no futuro, nossa principal fonte de renda. Hoje, o Brasil é responsável por um quinto da alimentação mundial. Nós temos quatro mil quilômetros quadrados de extensão territorial e são pouco aproveitados. Faltam políticas de incentivo à agricultura, que poderiam reduzir também o êxodo rural, fixando o homem na terra, gerando mais empregos e a renda familiar. A regularização fundiária é mais um passo, permitindo desta forma que pequenos e médios produtores possam formar cooperativas e fornecer produção agrícola para a merenda escolar e até mesmo para empresas. Firmar parcerias com as universidades para oferecer apoio técnico na produção agrícola, melhoria no solo, transformando Campos numa referência agrícola. Temos terra, pesquisadores, água e uma localização privilegiada para escoar a produção. Melhorar as estradas e pontes para melhor distribuição do nosso Agro”.
A Educação da rede municipal de Campos acaba de apresentar marca positiva no Ideb. Qual é a proposta para avançar ainda mais?
“Segundo dados do Ministério da Educação e Cultura (MEC), 68% das crianças de Campos com até nove anos de idade não são alfabetizadas. Esses dados não batem com as notas do Ideb. Eu não concordo com essa avaliação, porque a nota do Ideb é calculada em cima da porcentagem de aprovação mais a porcentagem da nota do aluno. Com a aprovação automática dos alunos da rede pública no ensino fundamental não mostra a real situação de aprendizado. Esse resultado positivo não reflete a realidade educacional das nossas crianças. Até o ano passado, Campos ocupava a 87° no ranking da Educação Fundamental entre os 92 municípios do Estado do Rio de Janeiro. Infelizmente, a educação de Campos é um caos. Precisamos investir na educação de base, que é o primeiro passo para formar uma geração. O futuro dos nossos alunos da rede pública municipal está comprometido. A prefeitura tem que ter responsabilidade com a formação desta geração. A valorização da educação será o principal pilar para a construção de nossa sociedade”.
Segundo dados do Caged repercutidos pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro, Campos vem se destacando na geração de empregos. No entanto, há quem reclame que as oportunidades estão aquém da necessidade. Qual é a sua avaliação?
“Essa informação não condiz com a verdade. A realidade é outra. Diariamente, dezenas de trabalhadores de Campos se deslocam para Porto do Açu (em São João da Barra) ou Macaé, no setor petrolífero. Campos vem registrando um recorde de moradores em situação de rua e comércio fechado; isso mostra a decadência econômica e financeira da cidade. O que percebemos são mais pessoas desempregadas e reféns de programas sociais. É uma cidade com aproximadamente 500 mil habitantes, que tem cerca de 230 mil pessoas inscritas no CadÚnico, Bolsa Família, que não tem emprego formal. Inclusive, nossos formandos de nível técnico ou superior quando se formam vão embora, por falta de oportunidade de emprego”.
Turismo e infraestrutura. O que o senhor propõe para esses itens?
“Campos tem um potencial enorme para o turismo, mas infelizmente nunca foi a política pública dos nossos governantes nos últimos 40 anos. Nós temos belezas naturais não exploradas, como o Morro do Itaoca, Lagoa de Cima, Imbé com suas Cachoeiras, Farol de São Tomé, entre outros - não são aproveitadas. O turismo poderia ser explorado através de parcerias públicas e privadas. Com investimento no turismo aumentaríamos a receita do município com a instalação de pousadas, restaurantes, hotéis, entre outros serviços. Mas para isso, antes de qualquer coisa, o município precisa investir na infraestrutura, principalmente nas estradas e nas pontes. Campos não tem investimento nenhum na infraestrutura do turismo. Então, seria uma das prioridades do nosso governo, atrair turistas para as belezas naturais que Campos”.
Desenvolvimento humano está entre as suas prioridades? Qual é a proposta? Os programas sociais são pertinentes?
“Todos os programas sociais são de extrema importância, agora o sucesso de um programa social é quanto menos a população precisar dele. No nosso governo, os programas sociais, como o Cartão Goitacá ou Vale Gás, serão mantidos; no entanto, vamos dar à população o melhor programa social que existe, o emprego e a dignidade. Vamos dar qualificação e capacitação para os assistidos, permitindo que consigam um vinculo empregatício; para que eles não fiquem reféns de programas sociais o resto da vida”.
O que pretende para livrar o município de uma espécie de "dependência da vida ou morte" dos recursos do petróleo?
“Mais uma vez, venho afirmar que os royalties foram criados para compensar os municípios produtores de petróleo, sabendo que um dia esse recurso iria acabar. As mesmas famílias que estão no poder há 40 anos usaram os royalties para inchar a máquina pública e transformar a população refém delas, através de benefícios sociais. Nós temos que investir no agronegócio, incentivar a vinda de indústrias e empresas; apoiar os comerciantes, para continuar gerando empregos. Campos atualmente é refém de um único caixa, a prefeitura. Precisamos usar a verba dos royalties para fomentar o desenvolvimento econômico e a geração de emprego”.
Como o senhor avalia o nível das campanhas eleitorais em Campos? Estaria havendo mais ataque pessoal do que propostas?
“Sou totalmente contra a qualquer tipo de ataque pessoal. Temos que nos concentrar em programas de governo e o que é de bom para nossa cidade; através de propostas, sem críticas pessoais. Nós precisamos pensar no bem da nossa cidade. Esse é o papel de um gestor à frente da prefeitura de Campos”.
Qual é o seu conceito sobre adversário político. O senhor votaria em candidato que faz campanha do ódio e opta por ataques pessoais?
“Não acredito em inimizade dentro da política. Acredito em diferença de pensamentos, então um adversário político simplesmente é uma pessoa que pensa diferente de você. Sou contra qualquer tipo de ataque pessoal; nós vivemos na mesma cidade, somos todos filhos de Deus e queremos com certeza ajudar nossa cidade. A não ser aqueles que querem simplesmente se perpetuar no poder e se manter no poder a qualquer custo; a nossa política não faz parte desse jogo e sim de fazer o bem a Campos de Goytacazes onde todos moramos”.
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