A equipe define que cada órgão doado representa uma nova chance de vida para alguém Foto Arquivo/Secom
Publicado 11/09/2024 19:27
Campos – Incluindo córneas, rins, fígados e até coração, 12 captações de órgãos foram realizados até agora, somente este ano, através do programa NF Transplantes, no Hospital Ferreira Machado (HFM), em Campos dos Goytacazes (RJ). A coordenação é da Secretaria Municipal de Saúde.
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Visando conscientizar que a doação de órgãos é importante para salvar vidas, a secretaria está engajada na campanha “Setembro Verde”, que acontece em nível nacional. A base em Campos é o NF Transplantes, idealizado pelo médico Luiz Eduardo Castro de Oliveira. Funciona no Ferreira Machado, maior hospital público da região.
De acordo com a médica Patrícia Rangel, responsável pela Comissão de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante, o hospital está diretamente envolvido na gestão dos processos que envolvem a doação, desde a abertura do protocolo médico para constatar a morte encefálica, até o acolhimento das famílias que precisam decidir sobre a doação dos órgãos de seus entes queridos.
Patrícia lembra que, no Brasil, a legislação que regula a doação de órgãos passou por atualizações ao longo dos anos. “Embora a Lei nº 10.211, de 23 de março de 2001, ainda sirva de base para a retirada de órgãos e tecidos após a confirmação de morte encefálica e com a autorização dos familiares, atualmente é seguida a Resolução do CFM 2.173/2017”.
A médica explica que essa resolução revisa e atualiza aspectos da legislação original, trazendo uma abordagem mais moderna e abrangente sobre os critérios de morte encefálica e os procedimentos relacionados à doação: “O objetivo é garantir que todo o processo seja conduzido com transparência, segurança e respeito às famílias envolvidas”.
GESTO DE AMOR - Um pronto que Patrícia considera fundamental para o processo de doação é o diálogo familiar: “Quando nos deparamos com a notícia da morte encefálica de um familiar que nos é importante, nossos sonhos podem desmoronar. Mas quando, diante dessa dor, decidimos demonstrar gentileza e empatia, vivenciamos uma das mais belas experiências: doar os órgãos de alguém querido, permitindo que outros tenham a vida ou uma vida melhor”.
“Quando um paciente sofre morte encefálica, seus órgãos vitais ainda podem estar aptos para doação”, ressalta Patrícia enfatizando: “A decisão de doar, no entanto, cabe exclusivamente à família. O ‘Setembro Verde’ é uma oportunidade para promover a importância do diálogo sobre o tema dentro de casa, permitindo que mais vidas sejam salvas”.
Segundo o presidente da Fundação Municipal de Saúde (FMS), Arthur Borges, a doação de órgãos em Campos tem avançado ao longo dos últimos anos: “No NF Transplantes, o número de autorizações familiares tem crescido, assim como a eficiência nas captações. Em 2022, foram realizadas 13 captações; já em 2023, ao todo, foram 12 captações”.
Borges realça que, em 2024, apesar de os dados ainda serem preliminares, o NF Transplantes já registra 16 autorizações, com 12 captações realizadas até agora, destacando-se na eficiência da captação de órgãos: “Esse crescimento é atribuído ao fortalecimento das equipes médicas e à maior conscientização da população sobre a importância desse gesto. Doar órgãos é um ato que transcende a perda e o luto, transformando-se em um gesto de amor que dá esperança a outras famílias”, reconhece.
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