Francisco Roberto aponta iniciativas da federação, com foco no fortalecimento da economia Foto Firjan/Divulgação
Publicado 08/10/2024 14:03 | Atualizado 08/10/2024 14:03
Campos – Com destaque para a produção de petróleo e gás natural, proporcionada pela Bacia de Campos dos Goytacazes, a economia do norte do Estado do Rio de Janeiro (RJ), tem como principal riqueza o mercado de energia. O setor responde por 47,7% do Produto Interno Bruto (PIB) regional, cerca de R$ 35,4 bilhões.
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Também o Polo Cerâmico aparece de forma bastante expressiva, reunindo 112 empresas. Ao apontar os dados, a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) avalia que a melhoria da infraestrutura viária, ferroviária e aeroportuária é um desafio para o crescimento da região.
No contexto, os potenciais de Campos e Macaé são destacados. O presidente da Firjan Norte, Francisco Roberto de Siqueira, presidente da Firjan Norte, destaca que está atuando muito forte com a unidade móvel da Firjan SENAI, que tem um laboratório para ensaio de materiais e testes de qualidade, além de investir na capacitação do ceramista.
Siqueira pontua sobre a diversificação da economia regional, avaliando que o norte está se moldando para o setor portuário e de produção de soja: “Em julho, embarcamos pelo Porto do Açu a primeira remessa de soja produzida na região de Macaé. Foi a primeira colheita para exportação”.
O presidente destaca que foram vendidas para a Rússia 300 toneladas de soja, aproximadamente cinco mil sacas: “O navio, no entanto, zarpou com 28 mil toneladas de soja, a maioria vinda do Centro-Oeste do país”, assinala apontando desafios em infraestrutura.
“Para ampliar o potencial, é necessário melhorar o acesso ao Porto do Açu, que ainda não possui uma estrada de ferro que chegue até o terminal para fazer a ligação com outras regiões”, indica Siqueira destacando a relevância da ferrovia Rio-Vitória, cuja primeira etapa, ainda sem data para iniciar, prevê a ligação entre Vitória e Anchieta, no Espírito Santo, até o porto, em São João da Barra.
PENDÊNCIAS - “A etapa futura vai abranger a ligação com o Centro-Oeste para facilitar o transporte de grãos”, realça o representante da Firjan relatando que a federação tem feito um trabalho junto ao governo federal nesse sentido: “Com a devolução da concessão da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), o trecho de Campos está inoperante. Se for reativado, depois seria apenas fazer a ligação para o Açu”, explica.
De acordo com a projeção, a ligação rodoviária ao Porto do Açu é a futura RJ-244: “Hoje, para chegar ao porto, os caminhões usam a Estrada dos Ceramistas (em Campos), seguindo um decreto municipal que tirou o tráfego pesado de dentro da cidade. Mas a via também não é a ideal. A RJ-244 ligará a BR-101 ao Açu. O projeto chegou a ser incluído no programa Pacto RJ, do governo do estado, mas não foi implementado ainda”, relata Siqueira.
Outra iniciativa ressaltada está relacionada à BR-101, principal acesso ao norte do estado; houve duplicação em alguns trechos; porém, a Firjan defende como importante executar o mesmo próximo a Macaé e também a Casimiro de Abreu. O trecho que falta ser duplicado é de pouco mais de 30 km, entre Rio Dourado, distrito de Casimiro de Abreu, e Macaé.
Outra prioridade apontada por Siqueira é a Estrada do Contorno, também em Campos, visando evitar a continuidade do trânsito pesado dentro da cidade: “A gente persegue com muito vigor a parte de infraestrutura, fundamental para a região. A liberação do contrato da Arteris Fluminense vai trazer desenvolvimento, emprego, dar celeridade nesse processo. Ela atende à região como um todo. É muito importante”, enfatiza.
Houve empenho da Firjan, também, para retomada das obras na Estrada dos Ceramistas, que liga a BR-101 à Baixada Campista. “É outra obra impactante para a infraestrutura da região norte. O Departamento de Estradas e Rodagem (DER) anunciou o reinício das obras no final de agosto. Ela tinha sido suspensa, após o Tribunal de Contas da União questionar o contrato”, resume o presidente.
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