Além do pedido de prisão contra ele, Bruno está intimado para prestar esclarecimentos à Justiça Eleitoral Foto Divulgação
Publicado 20/12/2024 16:07
Campos – Reeleito com 4.880 votos e diplomado na última segunda-feira (16), o vereador Bruno Pezão (PP) teve prisão preventiva decretada pelo Juízo da 3ª Vara Criminal de Campos dos Goytacazes (RJ), nessa quinta-feira (19). A decisão desdobra Operação Pleito Mortal, conduzida (em setembro) pela Polícia Civil em parceria com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público, para apurar o assassinato de um cabo eleitoral.
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Na oportunidade, foram apreendidos mais de R$ 600 mil em dinheiro vivo na residência do vereador, com as investigações apontando que o montante estaria relacionado a supostas práticas ilícitas com foco nas eleições de seis de outubro. Ele chegou a ser preso para averiguação; mas logo colocado em liberdade.
O envolvimento de Bruno Pezão nas investigações teve foco inicial no assassinato de Aparecido Oliveira de Moraes, 69 anos, cabo eleitoral ) que seria adversário dele) morto em julho deste na Estrada de Campo Novo, Baixada Campista. Houve busca e apreensão na casa do vereador (preso em flagrante), tendo sido encontrados mais de R$ 500 mil e uma pistola do mesmo calibre da utilizada no crime.
Também foi cumprido mandado no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, Zona Oeste do Rio de Janeiro, contra o traficante José Ricardo Rangel de Oliveira, conhecido como Ricardinho, que havia feito vídeo de apoio à campanha de Bruno. A delegada titular da 134º Delegacia de Polícia explica que as investigações da Pleito Mortal são distintas.
Quanto ao fato de o político estar sendo condiderado “foragido“ da Justiça, a delegada explica que é assim considerado “quem tem ciência da prisão, não se apresenta, nem é encontrado e nenhum endereço”. Em nota, a defesa de Bruno Pezão retruca que é totalmente infundada a informação de que o parlamentar estaria "foragido".
DEFESA RETRUCA - O texto diz: “A defesa do vereador Bruno Pezão esclarece que as informações veiculadas sobre uma suposta condição de "foragido" são totalmente infundadas. Não há qualquer mandato de prisão expedido contra o vereador. Além disso, a defesa sequer foi formalmente intimada da decisão judicial em questão, tendo tomado conhecimento apenas por meio de consulta ao processo”.
A defesa alega, ainda: “Ressaltamos que a referida decisão foi disponibilizada no sistema processual somente após as 18 horas do dia 19/12/2024, já no período de recesso forense o que evidencia o completo descompasso com a legislação e com os princípios da ampla defesa e do contraditório".
Durante a diplomação, o político foi intimado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ), por conta da operação realizada em setembro. Em suas redes sociais, ele alega que a intimação visou criar constrangimento “e tumulto em um momento tão significativo, onde se consagra a escolha democrática e legitima do povo, refletida nas umas”.
Bruno tem cinco dias para se pronunciar na Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije); o prazo vence nesta sexta-feira (20). O Ministério Público Eleitoral (MPE) pede a cassação do registro de candidatura do vereador; inelegível por oito anos; e invalidação de todos os votos que viessem a ser obtidos por ele.
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