Publicado 07/07/2024 00:00
Nenhum braço e o sorriso mais largo do mundo! Esta pode ser a singela descrição de um senhor que ganha a vida vendendo guloseimas em um sinal de trânsito.
PublicidadeA bandeja com as balas fica apoiada em um dos ombros. Junto dela há uma cestinha onde os compradores depositam as notas ou moedas usadas para a compra.
Faça chuva ou faça sol, lá está o homem sem nenhum braço, distribuindo simpatia e esperança, subindo e descendo a rua entre carros e motos, no espaço de alguns segundos entre os verdes e vermelhos da sinaleira – que é como o semáforo é chamado aqui.
Ao lado tem uma igreja e uma praça, ostentando uma figueira centenária.
Passo por ali muitas vezes e sempre compro uma jujuba, admirando a disposição daquele homem, cujo nome ainda não sei. Outro dia, ao cumprimentá-lo, já me sentindo um velho conhecido, perguntei-lhe:
- Como vai o senhor, tudo bem?
- Sim, tudo bem. Quando estamos com saúde e disposição está tudo bem. Não adianta ser rico e não ter saúde. Prefiro ser pobrezinho e ter saúde.
Passo por ali muitas vezes e sempre compro uma jujuba, admirando a disposição daquele homem, cujo nome ainda não sei. Outro dia, ao cumprimentá-lo, já me sentindo um velho conhecido, perguntei-lhe:
- Como vai o senhor, tudo bem?
- Sim, tudo bem. Quando estamos com saúde e disposição está tudo bem. Não adianta ser rico e não ter saúde. Prefiro ser pobrezinho e ter saúde.
Tudo isso dito com palavras firmes e sinceras e um rosto estampado de contentamento, feliz com o que a vida lhe deu. Que lição!!! Pensei. E me lembrei de “O homem de um braço só”, a belíssima canção de João Nogueira e Paulo César Pinheiro:
Com um braço só/Já dei tapa em vagabundo/Dei a volta pelo mundo/Mas também já fiz o bem. ...
Não importa quantos braços, mas a quantidade de bem que se pode fazer. Isso é o que vale! É o melhor que vamos levar desta vida, junto com as lembranças de balas e sorrisos que tivermos a sorte – ou o merecimento – de encontrar naquele instante fugaz em que temos de decidir se vamos ou não aprender a lição que a vida quer nos ensinar.
Com um braço só/Já dei tapa em vagabundo/Dei a volta pelo mundo/Mas também já fiz o bem. ...
Não importa quantos braços, mas a quantidade de bem que se pode fazer. Isso é o que vale! É o melhor que vamos levar desta vida, junto com as lembranças de balas e sorrisos que tivermos a sorte – ou o merecimento – de encontrar naquele instante fugaz em que temos de decidir se vamos ou não aprender a lição que a vida quer nos ensinar.
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