Arte Atila Nunes 22 janeiro 2022Arte Paulo Márcio
Publicado 22/01/2022 06:00
Basicamente, a reencarnação é o retorno do espírito à vida corpórea em um novo corpo físico. Cada existência, portanto, permite se viver novas experiências com objetivo de evoluir. O espírito é individual, cada um vive segundo suas decisões. Uma pessoa é diferente da outra. A reencarnação permite que tenhamos uma nova chance e um novo recomeço para que o espírito evolua.

Ao contrário do que a maioria imagina, a crença na reencarnação não é privativa dos que seguem o Espiritismo ou a Umbanda. Buda dizia que é difícil entender a lei do carma. O carma e a reencarnação são conceitos complexos e que variam de acordo com diferentes tradições do budismo e do hinduísmo. Siddhartha Gautama, o Buda, nasceu há cerca de 2.500 anos no Nepal. Ele ignorou uma vida luxuosa, confortável, em troca de um processo de transformação espiritual. Isso resultou em 500 milhões de seguidores em todo o mundo nos dias de hoje.

No budismo existem três portas de ação: o corpo, a linguagem e a mente. Segundo o budismo, cada vez que realizamos uma ação, geramos o nosso carma. Cada vez que dizemos, fazemos ou pensamos algo, há uma intenção. E se há uma intenção, gera uma energia. Quando temos compaixão ou prejudicamos os outros, condições são criadas para que um resultado seja produzido.

Já no hinduísmo, a principal corrente da filosofia e do pensamento indiano antigo, acredita-se na reencarnação e no carma. Na Índia antiga isso era tão óbvio, que ninguém precisava de provas. Um bilhão de pessoas segue o hinduísmo no mundo, a religião majoritária na Índia e no Nepal. Diferentemente de outras religiões, o hinduísmo não tem um único fundador, nenhuma escritura e tampouco um conjunto de ensinamentos comumente aceitos.

O carma, na perspectiva hindu, é tão simples quanto a lei de causa e efeito: se existe uma causa, ela produz um efeito que, por sua vez, se torna a causa de outro efeito. E essa cadeia contínua de causas e efeitos é o que constitui a existência do universo e do ser humano. Toda ação humana terá uma consequência. Uma ação positiva terá um resultado positivo e uma ação negativa terá um resultado negativo. Simples assim.

Quando a parte física morre, então os sentidos são retirados da mente, os ares vitais são retirados, até que apenas a parte do corpo sutil que vai reencarnar permaneça. O intelecto é o que migrará para outro corpo. Parte conterá as gravações de todas as ações que realizamos na vida. É como o disco rígido de um computador, tudo fica armazenado lá. Fica a parte da mente que nos permite perceber o mundo.

Essas impressões são o que determinam a reencarnação: se o carma é bom, elas têm carga positiva; se for mal, têm carga negativa. Na nova vida não sabemos quem éramos antes. Perdemos o senso do antigo eu. No hinduísmo admite-se que pode haver reencarnação em qualquer tipo de ser, não necessariamente humano. E o ciclo é infinito. Carma é o destino. No sentido profundamente moral, o carma diz o que acontecerá com você no futuro se agir de acordo agora.

Tudo o que damos ao mundo retorna e ressoa. O mundo é um lugar que faz eco. Se atirarmos raiva, a raiva voltará. Se dermos amor, o amor voltará. Esta é a Lei do Carma: tudo que você semeia, você colhe; tudo que você dá, você recebe. Na Justiça Divina não existe punição, mas sim, a colheita do que plantamos.

Resumindo: somos donos do nosso destino.
Átila Nunes
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