ATILA5MARARTE O DIA
Publicado 05/03/2022 06:00
Não é incomum espíritos darem sinais claros de sua presença em alguns lugares, o que leva à impressão de que esses locais são mal-assombrados. Espíritos podem se apegar às pessoas ou às coisas, dependendo do seu grau de evolução. Espíritos de pessoas avarentas, por exemplo, apegam-se aos objetos terrenos, preocupando-se com o que deixaram para trás.

Ainda existem aqueles não avarentos que continuam agarrados aos bens materiais, mas que têm predileção por alguns lugares, já que o princípio continua sendo o mesmo. Os espíritos que já não estão apegados ao mundo físico, preferem os lugares onde possam exercitar o amor. São atraídos mais pelas pessoas do que pelos objetos materiais.

Alguns deles podem ter durante certo tempo preferência por determinados lugares. Isso significa que ainda precisam evoluir. O fato do apego dos espíritos por um lugar é um sinal de involução, mas não significa que sejam espíritos maus. Um espírito pode ser pouco evoluído, sem que por isso seja mau.

Há a crença de que os espíritos têm preferência pelas ruínas, por lugares abandonados, lúgubres, os lugares ditos mal assombrados. Isso não tem qualquer fundamento. Os espíritos vão a tais lugares como vão a qualquer outro. Nossa imaginação terrena, todavia, nos leva a crer que a presença dos espíritos nesses lugares é por uma preferência por parte deles.

Quantas vezes o medo não tem feito que se tome por um fantasma a sombra de uma árvore, e por alma do outro mundo o grito de um animal ou o sopro do vento? Os espíritos também gostam da presença de pessoas e por isso, preferem os lugares habitados aos desabitados, sejam eles abandonados ou não.

Só que não podemos esquecer que existe diversidade de temperamentos dos espíritos. Existem espíritos que preferem a solidão e não querem interagir com os demais. Essa é a razão porque alguns se mantêm isolados, e se sentem bem por essa escolha. Ruínas e cemitérios, por exemplo, podem ser lugares que lhes trazem paz. Aliás, espíritos se acham em muito maior número nas cidades e nos palácios do que no interior das florestas. Isso reforça as crenças populares de que lugares mal-assombrados estão lotados de espíritos errantes.

Espíritos não têm predileção por determinados dias e horas para se reunirem. Os dias e as horas são medidas de tempo para uso para a vida corpórea, das quais os espíritos não necessitam e nem fazem nenhum caso. É óbvio, portanto, que um espírito jamais precisará de um relógio quando deixar nossa dimensão. Pode ser natural que espíritos apareçam à noite. Só que o silêncio e a escuridão mexem com nossa imaginação.
O mesmo se dá com os dias e as horas que muitos julgam lhes serem mais favoráveis. É o caso da meia-noite, um horário, digamos, cabalístico, cercado de significados. Espíritos não se importam com lugares, dias e horários.

E os espíritos que anunciam sua vinda para dias pré-determinados, por exemplo? São espíritos – inferiores, é claro - que se aproveitam da ingenuidade dos seres humanos para se divertir. E quando percebem que os seus alvos são pessoas crédulas, chegam até se autointitular como ‘diabos’ ou outros nomes assustadores. Os que já conhecem essas artimanhas, simplesmente ignoram esses espíritos zombeteiros, que acabam desistindo de ‘assombrar’ pessoas.

Resumindo: têm espíritos, sim, que gostam desses lugares sombrios que acabam sendo popularizados como mal-assombrados. Certos espíritos sentem-se atraídos por coisas materiais e também por locais, onde estabelecem domicílio, até que desapareçam as circunstâncias que os faziam buscar esses lugares.

Pode acontecer de espíritos de antigos moradores surgirem  nos lugares mal-assombrados? Se o antigo morador de um desses lugares for um espírito elevado, não se preocupará com a sua habitação terrena nem com o seu corpo. Os espíritos que surgem nesses lugares podem estabelecer-se, com vista a protegerem uma pessoa ou a própria família, no caso de espíritos bons.

Átila Nunes
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