Publicado 02/04/2022 00:00
Afinal, o corpo sente o momento da morte? A verdade é que os bons espíritos, por incrível que pareça, sentem alívio quando veem se aproximar o momento da morte, melhor dizendo, da passagem. Imaginemos a morte natural, aquela que ocorre pela chamada ‘falência dos órgãos’. Muitos deixam a vida terrena sem perceberem.
O espírito se descola aos poucos dos laços que o prendiam à matéria. A morte nada mais é do que a extinção do corpo – somente o corpo. Durante sua existência, o espírito está atado ao corpo pelo perispírito, o envolto espiritual. No momento da morte, contudo, a separação do perispírito não se completa subitamente. A separação da alma do corpo não é instantânea. A alma se desprende vagarosamente, com uma demora que varia conforme o indivíduo.
Em alguns, é bastante rápido, como se o momento da morte fosse o momento de sua libertação. Naqueles, entretanto, cuja vida foi voltada para a matéria, o desprendimento é mais vagaroso, podendo durar dias, semanas e até meses. Isso decorre quando o espírito guarda ainda uma afinidade com o corpo que o abrigou, tornando penosa essa separação.
São interessantes os estudos feitos por ocasião da morte. Em muitos casos, nota-se a afinidade que se mantém entre a alma e o corpo, sendo penosa porque o espírito assiste ao horror da decomposição do corpo que o abrigou durante anos. Casos assim são ocorrem com os suicidas.
A separação definitiva da alma e do corpo pode ocorrer antes da cessação completa da vida corpórea, sim. Na agonia, como nos casos terminais, a alma pode já ter deixado o corpo, nada mais há que a vida orgânica, já não temos consciência de nós mesmos. Só que ainda pode existir um sopro de vida orgânica, já que o corpo é a máquina que o coração põe em movimento. O coração faz circular nas veias o sangue. E para isso, não há necessidade da alma.
Muitos se perguntam se no momento da morte, a alma sente algum pressentimento que a faça ter ideia do mundo para onde retornará. A alma sente sim, que se desfazem os laços que a prendem ao corpo. Emprega então todos os esforços para desfazê-los por completo. Já em parte desprendida da matéria, a alma vê o futuro se descortinar diante de si.
O exemplo da lagarta, que primeiro rasteja pela terra, depois, se encerra na sua crisálida em estado de morte aparente, e finalmente, renasce com uma existência brilhante, dá uma ideia da vida terrestre, do túmulo e, finalmente, da nossa nova existência.
E a sensação sentida pela alma no momento em que reconhece estar no mundo dos espíritos? Se na existência terrena ela praticou o mal propositadamente, no primeiro momento ela se sentirá envergonhada, ao contrário daquela que sempre praticou o bem.
O espírito se encontra imediatamente com os que conheceu na Terra e que morreram antes dele, conforme a ligação afetiva. Pode acontecer daqueles seus conhecidos virem recebe-lo na entrada do mundo dos espíritos, ajudando-o a se desligar da sintonia da matéria. É quase certo que se encontrará com muitos dos que conheceu e perdeu de vista durante a sua vida terrena.
Em caso de morte violenta e acidental, quando os órgãos ainda se não enfraqueceram em consequência da idade ou das moléstias, a separação da alma e a cessação da vida ocorrem simultaneamente. Em casos como a decapitação, por exemplo, a vítima conserva por alguns instantes a consciência, que dura alguns minutos, até que a vida orgânica se tenha extinguido completamente. Em todos os casos de morte violenta, quando a morte não resulta da extinção gradual das forças vitais, mais fortes são os laços que prendem o corpo ao perispírito e, portanto, mais lento o desprendimento completo.
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