Arte Paulo MáracioArte Paulo Máracio
Publicado 07/01/2023 06:00
Os médiuns videntes são dotados da faculdade de ver espíritos. A vidência é fenómeno mediúnico. Na vidência mediúnica, só o médium vê. Os que gozam dessa faculdade, quando ‘despertam’, conservam uma lembrança exata. Outros assumem um estado próximo ao sonambulismo. A faculdade de ver os espíritos pode ser desenvolvida, mas o ideal é que haja um desenvolvimento natural, sem provocá-lo, evitando virar vítima da própria imaginação.
Embora o médium vidente acredite ver pelos olhos físicos, na realidade, é a alma quem vê. Por isso, os médiuns videntes veem tão bem com os olhos fechados como com os olhos abertos. Quantas vezes, tentando impedir uma visão desagradável produzida por um espírito menos esclarecido, o médium fecha os olhos e, quanto mais os aperta, a visão se torna mais nítida e melhor se definem os contornos da entidade?
A vidência não vê os espíritos com os olhos corporais. O médium vê através da mente, que funciona à maneira de um filtro que reflete quadros e impressões, ideias e sentimentos. A vidência é uma faculdade não permanente. É quase sempre o efeito de um fenômeno momentâneo, passageiro.
Aliás, é oportuno que a vidência não seja constante. A vidência é protegida por filtros que são as defesas psíquicas do médium, fazendo com que ele veja aquilo que seja possível, destaca Edvaldo Kulshesky. Estamos rodeados de espíritos e se pudéssemos vê-los a todos e a todo momento, é óbvio que isso perturbaria nossas ações.
O interessante é que uma ocorrência produzida pelos espíritos pode ser vista diferentemente por dois, três ou quatro médiuns. Cada um a verá a seu modo, de acordo com os seus próprios dons psíquicos. A mediunidade é sintonia e filtragem. Cada mente tem uma capacidade de percepção dos fenômenos.

No processo mediúnico, atuando sobre os raios mentais do médium, o espírito lhe transmite quadros e imagens. As imagens vistas pelo médium são projetadas pelo espírito. O mentor espiritual responsável por preparar o fenômeno da vidência, aproxima-se do médium e aplica-lhe forças magnéticas.

Você já deve ter ouvido o termo clarividência, que se refere à emancipação da alma. Alguns fenômenos de clarividência acontecem durante os sonhos, onde a alma tem a faculdade de perceber eventos que acontecem em outros lugares. É a faculdade de se ver à distância sem o emprego dos olhos. É o caso dos sonâmbulos, que teriam suas almas afastadas de seus respectivos corpos.
Os fenômenos do sonambulismo são classificados como êxtase e dupla vista. O êxtase é o sonambulismo profundo, quando ocorre o contato com espíritos. No estado de êxtase, a entrega do corpo é quase completa. Fica-lhe somente, digamos, a vida orgânica. A alma se acha presa unicamente por um fio. Nesse estado, desaparecem todos os pensamentos terrestres, cedendo lugar a um sentimento apurado, a essência do nosso ser imaterial. Só que, às vezes, o médium em êxtase, podem ser vítimas da sua própria excitação, fazendo descrições pouco exatas e verossímeis, chegando a serem dominados por espíritos inferiores que se aproveitam da sua condição.
Êxtase, portanto, é um estado sonambúlico profundo caracterizado pela perda ou extrema redução da consciência dos eventos que acontecem ao redor do extático, alterações emocionais e um certo sentimento de “sagrado”, onde o mecanismo básico é a emancipação da alma.
A dupla vista, ao contrário, é a faculdade de perceber pelos olhos da alma, sem que seja necessário o estado sonambúlico, isto é, sem que o médium entre em transe profundo. A dupla vista é uma faculdade que se manifesta de forma espontânea, podendo desenvolver-se com exercício adequado. No momento em que o fenômeno da segunda vista se produz, o estado físico do indivíduo se acha sensivelmente modificado. O olhar apresenta alguma coisa de vago. Ele olha sem ver.

O sonambulismo provocado, o êxtase e a dupla vista são faculdades que possuem o mesmo mecanismo: a emancipação da alma.
Átila Nunes
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