Paulo Márcioarte Paulo Márcio
Publicado 14/01/2023 06:00
O Espiritismo não tem como finalidade principal urgente a cura das doenças do corpo, isto é, não pretende competir com a Medicina. Os espíritos inspiram e cooperam, nunca com a intenção de minimizar a importância da profissão dos médicos. As atividades terapêuticas utilizam os médiuns, mas sem jamais, deixar de recomendar a continuidade do tratamento médico. É óbvio que os bons espíritos auxiliam por intuição os médicos que se devotam a curar o ser humano, destaca Edvado Kulshesky. O Espiritismo, portanto, não é destinado a concorrer com os médicos, nem tem a pretensão de sobrepor-se à sua capacidade profissional.
As curas obtidas por intermédio da mediunidade de cura sempre chamam a atenção, é óbvio, tanto do paciente quanto dos médicos. O alívio e as curas conseguidas por intermédio da faculdade mediúnica, fazem com que o paciente tenha sua curiosidade voltada para os ensinamentos da vida espiritual. O centro espírita não é apenas uma escola onde se aprende o mecanismo do mundo espiritual.
É muito mais do que isso: é o hospital onde as feridas do sentimento encontram medicação e todas as inquietudes recebem repouso. Quando transformado em hospital de almas, o centro espírita ministra passes, oferece água fluidificada, favorece a desobsessão e abre canais de ajuda espiritual pela força da prece e do esclarecimento.
Os hospitais tratam o corpo; o Espiritismo, a alma. Os hospitais estão preocupados com o corpo. Já o centro espírita tem como um dos objetivos o de corrigir as mazelas do espírito. O grande desafio é não superlativar a cirurgia mediúnica, em detrimento do estudo sobre os aspectos da mediunidade.
O Espiritismo não compete com a Ciência. Divaldo Pereira Franco já alertou para que não tragamos para o Espiritismo o que pertence aos outros ramos do conhecimento. A missão de curar é do médico. Não devemos pretender transformar o centro espírita num consultório médico. Se a finalidade do hospital é curar o doente, quando esta cura acontece, o hospital alcançou o seu fim. Aí o paciente recebe alta e vai embora agradecendo aos médicos. Não é preciso lá continuar.

No centro espírita não é bem assim. Lá, a função é esclarecer. A cura do mal físico ou espiritual deverá dar ao paciente motivo e condições para que na casa espírita permaneça, na busca de entender as razões pelas quais a doença o trouxe até ali e o porquê da cura. Não é o objetivo do Espiritismo remendar corpos, e sim, cuidar de almas. Quando Jesus curava os doentes que iam ao seu encontro, o seu objetivo era curar os corpos para, despertar ou curar as almas, lembra Kulshesky. A mediunidade de cura tem também essa finalidade.
Curioso é que muitos médicos, embora inconscientes do fenômeno, agem também como médiuns. Não se pode confundir a finalidade precípua do Espiritismo, a de curar o espírito enfermo, a uma organização mundial de assistência médica de caráter espírita. Um aspecto curioso que muitos ignoram é que há médicos mais bem assistidos do que muitos médiuns de cura. Infelizmente, certas criaturas usam a sua faculdade mediúnica para negócios desonestos, aliando a prática da caridade com a remuneração fácil de dinheiro.
A cura espiritual não pode ser considerada uma intromissão desleal que afete a esfera profissional do médico. Se a medicina acadêmica ainda não consegue curar todas as enfermidades do corpo físico - e se mostra incapacitada para solucionar as doenças psíquicas de origem obsessiva -, é evidente que os médicos não podem censurar os esforços dos pacientes em buscar como alternativa o tratamento espiritual.
A medicina oficial, por mais que os médicos protestem, tem fracassado diante dos casos de obsessões, quando pretende tratá-los de modo diferente da técnica tradicional adotadas pelos espíritas. O médico ou o médium transformam-se em instrumentos abençoados, quando junto aos enfermos preocupam-se mais em aliviá-los de sua dor, do que auferir qualquer vantagem material.
Em consequência, o médico também pode desempenhar junto aos enfermos as funções de médium e atender às intenções dos espíritos benfeitores, caso seja uma criatura afetiva, sensível. E isso é percebido claramente em algumas situações em que, ao ser visitado pelo médico num hospital, o paciente sente algo diferente, como se o médico estivesse sendo assistido por entidades espirituais.
Átila Nunes
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