Arte Paulo MárcioArte Paulo Márcio
Publicado 18/02/2023 06:00
Você já teve a sensação de conhecer um local, mesmo sem nunca ter pisado lá? Já viu uma pessoa e sentiu já tê-la conhecido? Esse é o fenômeno chamado ‘déjà vu’ (‘já visto’, em português): a lembrança de vidas passadas. Todos nós podemos ter um ‘déjà vu’, já que somos espíritos reencarnados, com a possibilidade de ter algumas lembranças de outras vidas. Nem todo ‘déjà vu’, não obstante, significa uma lembrança de trechos de outras vidas. O ‘déjà vu’ é muito comum em crianças que mostram talentos impressionantes, como aqueles que são capazes de executar sinfonias inteiras ao piano ou falarem vários idiomas.

O ‘déjà-vu’ pode ser sentido por qualquer um, até mesmo por quem não tem qualquer relação com a Doutrina Espírita, Umbanda ou Candomblé, isto é, não é preciso crer na reencarnação. E como surge? Do nada. É inexplicável. A maioria das pessoas exclama: “Ué!? Parece que eu já estive aqui antes...”. É uma forte sensação de que já se viveu aquela situação ou de que já visitou aquele lugar.

Desconcertante mesmo, é quando o ‘déjà vu’ acontece quando somos apresentados a outra pessoa e temos a certeza de já tê-la conhecido em outra vida. Chega a ser emocionante. Em alguns casos, a sensação é tão poderosa, que se pode até sentir uma imensa identificação, como se fosse um membro da família. Em alguns casos, até atração física. Da mesma forma, contudo, como a sensação do ‘déjá vu’ pode trazer uma sensação agradável, é possível sentir antipatia à primeira vista.

Dependendo da energia, os arquivos espirituais são acionados, trazendo à tona lembranças com uma nitidez muito grande. E aí, passam pela mente lugares, cenas, situações, pessoas, cheiros e sons. É aberto um túnel que nos liga às vidas passadas. Interessante é que o fenômeno de ‘déjà-vu’ tanto acontece com pessoas, mas como também em relação a lugares, irradiando uma energia semelhante à dos humanos. Locais têm seu próprio campo energético que atinge todos que têm algum tipo de ligação com esses locais. Essa conexão é causada por algum tipo de experiência nesses lugares em vidas anteriores.

Nas viagens é que sentimos isso fortemente, sejam as viagens dentro do Brasil ou mesmo, no exterior. É espantoso pisar num lugar, numa rua, num restaurante, num mercado ou numa igreja, por exemplo, e sentir a certeza de que já estivemos ali. É óbvio que os que não creem na reencarnação, na existência de vidas anteriores, são buscadas outras explicações para o ‘déjá vu’, a partir do inconsciente. Aliás, ao se invocar o inconsciente, várias opções surgem para explicar esse fenômeno. Dizem que o inconsciente coletivo permite receber imagens de vidas passadas. Não me convence essa explicação.

De vez em quando recebo vídeos de crianças que falam idiomas ou executam músicas clássicas ao piano. É famoso o caso de uma criança europeia que passou a falar chinês arcaico (!), descrevendo lugares de sua outra vida. Segundo ela, sua mãe, em outra vida, vivia quando grávida, perto de uma lavanderia chinesa, daí a razão para o fantástico conhecimento da criança do chinês arcaico.

A experiência do brasileiro Ricardo Di Bernardi, um estudioso profundo de ‘déjá vu’ chega a emocionar. Numa viagem de um mês com a esposa, ao chegar no Reino Unido, ambos estavam apaixonados pela beleza das regiões interioranas. A beleza dos campos e a arquitetura típica da Ilha Britânica encantaram o casal (que jamais tinham posto os pés por lá). Ao pisarem na Escócia, vieram as surpresas. Os vestidos de padrão floral, muito usados na região, sempre foram de sua preferência. As cestas de vime e as louças típicas lhes pareciam muito familiar.

Foi na cidadezinha de Perth, contudo, que foi o ápice do ‘déjá vu’. Lá, foi construído o Palácio de Scone. Helena estava visivelmente emocionada com tudo que via, chegando a colocar seus óculos escuros para disfarçar as lágrimas derramadas pela emoção. Começou a apertar as mãos do marido, repetindo baixinho que conhecia aquele lugar e que precisava caminhar por aqueles campos da cidadezinha de Perth. No Palácio de Scone, a emoção foi mais forte ainda: as louças e os quadros do século XVIII lhe eram familiares, levando-a ao pranto. E ela dizia que dois quadros não eram originais e que deviam ter sido trocados, o que foi confirmado depois. Helena disse que tinha sido uma simples serviçal naquele palácio, em outra vida.

Pela visão espiritual, essas visões são lembranças de tempos vividos em vidas passadas, já que somos espíritos reencarnados na busca pela evolução. Por isso, muitas lembranças de outras vidas ficam gravadas no nosso perispírito e retornam à nossa mente, ativadas por alguma imagem, som, cheiro ou sensação. Todas as lembranças de outras vidas não são apagadas do nosso subconsciente, caso contrário nunca aprenderíamos com as vidas passadas e não evoluiríamos, mas em situações normais elas não voltam conscientemente à nossa vida terrena.
Átila Nunes



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