Publicado 04/03/2023 06:00
Um grande amigo meu tem atravessado momentos difíceis com a filha. Uma das hipóteses para as visões da criança é ser ela portadora de mediunidade. Lendo um estudo reproduzido pelo Centro Espírita Casa de Jesus, destaco a observação de que nem tudo aquilo que parece mediunidade na infância de fato é. Crianças tem, naturalmente, uma predisposição para perceber o plano espiritual até os sete anos de idade, independentemente de terem mediunidade ostensiva. Isso porque a criança esta há pouco tempo encarnada.
De fato, sua reencarnação não se completou totalmente, estando ainda muito ligada ao plano espiritual. É como se estivesse meio lá, meio cá. Por conta dessa proximidade com a vida da espiritualidade, a criança interage facilmente com os espíritos, muito comum nos conhecidos amiguinhos invisíveis. Tal percepção do plano espiritual, contudo, não significa ser ela portadora de mediunidade ostensiva. Normalmente, após os sete ou oito anos de idade, a percepção do plano espiritual diminui ou cessa por completo. A criança passa a se envolver com as vivências do mundo material e a se desligar do mundo espiritual, escasseando as manifestações.
Mesmo nos casos em que a criança é detentora de mediunidade, normalmente essa diminui depois dos sete anos e reaparece na adolescência ou na maturidade, quando a pessoa apresenta condições de estudar, de compreender e de desenvolver a faculdade. Ainda no estudo desenvolvido pelo Centro Espírita Casa de Jesus, há casos em que não há suspensão da mediunidade, quando então a criança, durante toda a infância, vê, fala, ouve e interage com a espiritualidade, como no caso do meu saudoso e fraterno amigo Francisco Cândido Xavier e da médium Yvonne Pereira.
Yvonne relatou ao comentar sobre a sua faculdade nativa: "Aos quatro anos de idade já eu me comunicava com espíritos desencarnados, através da visão e da audição. Eu os via e falava com eles. Eu achava que eram seres humanos, uma vez que tinha a aparência de humanos, todos trajados como os homens e mulheres. Jamais me surpreendi, entretanto, com a presença deles. Eu conhecia uma dessas pessoas: era meu pai. Mais tarde, esse espírito tornou-se meu assistente, auxiliando-me, tornando-se orientador dos trabalhos por mim realizados como médium".
Yvonne relatou ao comentar sobre a sua faculdade nativa: "Aos quatro anos de idade já eu me comunicava com espíritos desencarnados, através da visão e da audição. Eu os via e falava com eles. Eu achava que eram seres humanos, uma vez que tinha a aparência de humanos, todos trajados como os homens e mulheres. Jamais me surpreendi, entretanto, com a presença deles. Eu conhecia uma dessas pessoas: era meu pai. Mais tarde, esse espírito tornou-se meu assistente, auxiliando-me, tornando-se orientador dos trabalhos por mim realizados como médium".
Para as crianças nessa condição, que são médiuns naturais e a faculdade se mostra espontânea, ainda segundo o Centro Espírita Casa de Jesus, sua constituição física se presta a tal ocorrência, tendo sido certamente preparadas para tal mister, estando acompanhadas e auxiliadas por seu espírito protetor ou anjo da guarda, como mais comumente é conhecido. Não há qualquer razão para temores.
Fator importante e a postura dos pais diante da mediunidade na infância. Como devem proceder? Em qualquer situação, o indicado e agirem com naturalidade, visto ser a mediunidade algo natural e intrínseco ao homem. No primeiro ciclo, até os sete anos, não se recomenda estimular o seu desenvolvimento, pois não apresenta a criança maturidade intelectual necessária para compreender todas as nuances da faculdade, assim como os meios de defesa diante de uma influência de espíritos inferiores.
Por outro lado, também não se deve negar o fenômeno, dizendo ser coisa da imaginação ou incutir medo, afirmando ser ação do “demônio”. Tal comportamento em nada contribui e, na verdade, só dificulta a aceitação e o desenvolvimento futuro da mediunidade. Dizendo ser imaginação, a criança pode acreditar ser louca. Ela é a única a vivenciar tais situações e acaba entrando num processo de angustia e de desequilíbrio emocional. Afirmando ser algo relacionado ao diabo ou aos espíritos maléficos, os genitores incutem temor desnecessário e prejudicial, contribuindo para a formação de um adulto inseguro e distante da mediunidade.
Por outro lado, também não se deve negar o fenômeno, dizendo ser coisa da imaginação ou incutir medo, afirmando ser ação do “demônio”. Tal comportamento em nada contribui e, na verdade, só dificulta a aceitação e o desenvolvimento futuro da mediunidade. Dizendo ser imaginação, a criança pode acreditar ser louca. Ela é a única a vivenciar tais situações e acaba entrando num processo de angustia e de desequilíbrio emocional. Afirmando ser algo relacionado ao diabo ou aos espíritos maléficos, os genitores incutem temor desnecessário e prejudicial, contribuindo para a formação de um adulto inseguro e distante da mediunidade.
Outro questionamento comum e se haveria uma idade indicada para o início da mediunidade. Diz a espiritualidade que, com exceção da mediunidade de efeitos físicos (mais fatigante ao corpo) e a de psicografia, não há idade apropriada, tudo dependendo do desenvolvimento físico e, principalmente, moral da criança, variando assim de indivíduo para indivíduo. Não esqueçamos que a mediunidade exige estudo, seriedade, recolhimento, dedicação e disciplina, condições difíceis de serem cobradas da criança, havendo mesmo serio risco dela fazer da faculdade mediúnica um brinquedo.
Átila Nunes
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