Publicado 28/10/2023 00:00
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Um número imenso de crianças nos deixa cedo, antes de virar um adulto, e uma leitora nos perguntou: seu espírito é tão avançado como o de um adulto? Por incrível que pareça, algumas vezes, muito mais. E vamos explicar o porquê. O espírito de uma criança pode ser mais adiantado do que o de seus pais. Pertence a uma categoria superior o espírito de uma criança que morreu em tenra idade, já que ela, dificilmente, fez algum mal.

Isso nos levaria a acreditar que o espírito de uma criança é puro porque não fez – e não conheceu – o mal. Na verdade, esse espírito pode ser considerado puro, não por ser criança, mas, sim, porque já vem progredindo em várias reencarnações. Mas por que sua vida, em muitas vezes, é interrompida na infância? O fato é que a duração da vida de uma criança pode ser para o espírito que nela está encarnado o complemento de uma existência interrompida antes do seu tempo marcado. Sua morte pode ser uma prova ou uma expiação para os pais.

E o que sucede ao espírito de uma criança que nos deixa muito cedo? Recomeça uma nova existência. Pela reencarnação, a igualdade é para todos. O futuro pertence a todos, sem exceção. E sem favor para ninguém. O homem deve ter o mérito dos seus atos, como tem a responsabilidade. As mortes prematuras são verdadeiras tragédias para a maioria de nós, mesmo para aqueles que creem em outra vida.

O corpo inerte de uma criança na plenitude da resistência e da vitalidade física, que tinha um mundo de esperanças e produção de alegrias para a família, arranca compreensíveis lágrimas e expressões de revolta contra tudo e contra todos, às vezes, até contra Deus. Por isso, é comum ouvirmos que as mortes prematuras constituem provação para os pais. Numa desencarnação prematura, acende-se sempre a chama das grandes transformações espirituais para os pais. Pessoas (não apenas os pais) que nunca haviam se interessado pelo lado superior da vida acordam ao impacto da dor e da saudade, iniciando a aquisição de valores morais e espirituais.

E alguém pode perguntar que utilidade encontrará um espírito na sua encarnação em um corpo que morre poucos dias depois de nascido. O ser não tem consciência plena da sua existência. Assim, a importância da morte é quase nenhuma. O que há nesses casos de morte prematura é uma prova para os pais. Há bebês que desencarnam ainda no ventre de suas mães.

E o comportamento dos que perderam prematuramente seus entes queridos? O comportamento de quem crê na existência de outra vida deve ser diferente. É óbvio que chora, mas se fortalece na oração. Na certeza da imortalidade da vida, reprime o pranto que desliza na fisionomia sofrida, mas busca na esperança o bálsamo para a justa saudade. Jamais cai no desespero. Não cede aos apelos da revolta, aprende a aceitar, embora sinta o peso das mais agudas aflições.

Falo com a experiência de quem teve um filho prematuramente levado pelo câncer. Suportei a dor por causa de minha fé inabalável na existência de outra vida.
Átila Nunes


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