Publicado 30/03/2024 00:00
A ingratidão é um dos frutos mais diretos do egoísmo. Revolta sempre os corações honestos. A ingratidão, contudo, dos filhos para com os pais apresenta caráter ainda mais revoltante.
Quando deixa a Terra, o espírito leva consigo as paixões ou as virtudes inerentes à sua natureza. Ele se aperfeiçoa até que deseje receber a luz. Após anos de meditações e preces, o espírito se aproveita de um corpo em preparo reencarnado na família daquela a quem foi ingrato.
E qual será o seu procedimento na família escolhida? Dependerá das boas resoluções que tomou. Assim, ele será o amigo ou inimigo daqueles entre os quais foi chamado a viver. É como se explicam esses ódios, essas repulsões instintivas que se notam da parte de certas crianças e que parecem injustificáveis.

Quais são as causas da ingratidão dos filhos? Culpa dos pais nesta encarnação ou de vidas passadas? Ora, a ingratidão é um dos frutos mais diretos do egoísmo e, claro, traz quase sempre uma revolta. Quando se trata de filhos ingratos, é ainda mais complicado.
Na visão espírita, a ingratidão é uma prova. Os ingratos serão submetidos à justiça divina, lembrando que toda ingratidão tem uma causa. Se esta causa não se encontra na vida presente, ela se encontra antes desta vida terrena. Causas precedem aos efeitos, é óbvio. É necessário que a alma já tenha vivido, para que possa merecer uma expiação. Nada é por acaso.
Depois de uma existência, o espírito leva consigo as paixões e as virtudes inerentes à sua natureza e aperfeiçoa-se no Espaço. O espírito cheio de ódio e desejoso de vingança revolta-se com a ideia do perdão, lembra nosso irmão Juan Carlos Orozco. Este ser infeliz, após anos de meditações e preces, aproveita a oportunidade de reencarnar num novo corpo na família daquele a quem foi ingrato.
É uma nova chance de progresso.
Se retornar como pai ou mãe, pedirá para reparar a sua falta perante o filho. O problema é que os espíritos perdem as lembranças do passado, das faltas e dos erros, mas trarão os traços dos sentimentos inferiores de forma instintiva. Os ressentimentos de existências anteriores provocam certas reações repulsivas instintivas aparentemente injustificáveis.
Por outro lado, como pais, temos a missão de cuidar e educar os filhos, corrigindo os possíveis desvios. Por isso, não condene o filho ingrato, pois ele pode ter odiado muito, ou foi muito ofendido. Pode ter vindo para perdoar ou expiar.
É muito difícil suportar a ingratidão de um filho sem queixas e com paciência. Pelos laços de família, tem-se a oportunidade de aprendizado e evolução. É na família que se reencontram afetos e desafetos, amigos e inimigos. Assim, acontecem os ajustes, os reajustes e os resgates indispensáveis.
A semente a ser plantada é a do amor incondicional, sem nada esperar em troca. A recompensa será a satisfação de ver os filhos trilhando o caminho do bem. Quem ama de verdade já está recompensado. Por tudo isso, acolha e auxilie os filhos.
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