Publicado 21/09/2024 00:00
Justiça é uma palavra que carrega dezenas de significados. Em certos países, a pena de morte é justa, em outros, não. Nosso irmão Roberto Tavares indaga: o aborto é justo? De acordo com nossa legislação, pode ser, mas só em certos casos como estupro. Mas por que só em “certos casos”? Existe justiça nuns e injustiça noutros?
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Isso quer dizer que pensar o que é justo ou injusto, isto é, que na prática é agir justa ou injustamente, varia conforme a doutrina filosófica que os legisladores seguem na hora de criarem as leis? Só que a lei não alcança todas as nossas ações, destaca Roberto Tavares. Têm coisas que competem exclusivamente a nós decidirmos o que é justo ou injusto. É o caso da criação de leis: cada um tem sua interpretação do que é justo ou injusto, por conta de sua formação familiar, educação, viés político ou religioso.
“Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Este mandamento nos remete à relação de uma pessoa perante outra, devendo-se pautar na mesma relação que nós temos conosco. Devemos tratar o outro como nós queríamos ser tratados, pontua Roberto Tavares. Mais ainda: o que desejamos para nós devemos desejar para todos. Isso é justiça.
Allan Kardec, o codificador, autor do “O livro dos Espíritos” (1857), perguntou aos espíritos onde estava escrita a Lei de Deus, recebendo como resposta que ela estava escrita na consciência. Isso quer dizer que carregamos a orientação sobre o que é certo ou errado, independente de crença filosófica, política ou religiosa. Ainda segundo o codificador, justiça consiste em cada um respeitar os direitos dos demais. Dessa maneira, agimos com justiça quando não retiramos o direito de alguém.

Agir com justiça é respeitar os mesmos direitos que nos assistem e também assistem a todos. Avançar contra qualquer desses direitos é agir com injustiça, sublinha Roberto Tavares. Além disso, se em algum caso as leis que regem nossa sociedade não dão conta daquela ação, lembremo-nos da Lei de Deus, interpretada e escrita na Bíblia dos cristãos, no Alcorão dos muçulmanos, na Torá dos judeus ou no ensino oral dos ancestrais, ameríndios, africanos e tantas outras culturas.

A justiça é permeada por leis divinas e a imortalidade da alma. A justiça divina se baseia na lei de causa e efeito, também conhecida como lei do karma. Cada ação, pensamento ou sentimento gera uma consequência, seja ela positiva ou negativa. A justiça divina, portanto, é a manifestação natural dessa lei, garantindo que cada um colha o que semeia.
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