Publicado 06/09/2025 00:00
Casados há 43 anos, Sebastião e Almezinda morreram quase no mesmo instante e foram enterrados em caixões lado a lado, como viveram toda a vida. O sepultamento ocorreu na cidade de São João Del Rei, Minas Gerais.
PublicidadeSebastião estava internado em decorrência de uma infecção urinária e insuficiência cardíaca. Sempre ao lado dele, Almezinda não aceitava se afastar nem por um instante. Ela falava que era a médica dele. Nunca trocavam de acompanhante.
No dia da morte de Sebastião, a família tentou poupar Almezinda da notícia. Pouco depois, passou mal e foi levada à UPA. Ela morreu sem saber da partida do marido. Para os filhos, parecia sentir que estava a caminho de reencontrá-lo. Foi questão de minutos entre uma morte e outra. É como se o coração dele, ao parar, o dela também parou de bater. Pareceu que ele tinha saído para buscá-la.
Na visão da Doutrina Espírita e nas religiões afro-brasileiras, casais que viveram muito tempo juntos e morrem no mesmo dia podem ter laços de amor e afinidade construídos em vidas passadas e no plano espiritual. É o tipo de união que transcende o corpo físico. O tempo de separação entre as mortes, mesmo que de poucas horas, pode ser influenciado pela necessidade de desprendimento gradual do corpo físico.
Os espíritos afins se atraem e podem se unir em várias reencarnações para aprender e evoluir juntos, formando laços de amor que se estendem pela eternidade.
Os espíritos afins se atraem e podem se unir em várias reencarnações para aprender e evoluir juntos, formando laços de amor que se estendem pela eternidade.
Depois da morte do corpo físico, os espíritos continuam a existir no plano espiritual e podem, inclusive, iniciar ou fortalecer seus relacionamentos antes de reencarnarem novamente. Embora os laços de afinidade e amor sejam eternos, o reencontro e a união dos espíritos que nos deixaram, não são regras fixas. O livre-arbítrio e a necessidade de evolução de cada espírito podem influenciar seus caminhos.
Quando o corpo físico morre, o espírito se desliga lentamente dele, num processo que pode levar algumas horas. A alma, que é eterna, não morre e continua a viver em um novo plano de existência ou em um novo corpo. O tempo que pode ter ocorrido entre o falecimento de um membro do casal e o do outro pode ser resultado da necessidade de se adaptar a essa nova realidade. Isso permite que cada espírito se desprenda gradualmente da matéria e siga seu próprio caminho evolutivo.
O encontro desses espíritos no plano espiritual leva à decisão de permanecerem juntos ou seguirem caminhos diferentes. Depende da vontade de ambos os espíritos e das provas que necessitam superar.
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