Publicado 01/11/2025 00:00
O que acontece nas primeiras 48 horas após o desencarne, quando o coração e a mente param de funcionar? Para nós, a morte do corpo físico é vista como um desligamento gradual do espírito dos seus laços materiais, e não um fim. As primeiras horas (e até dias) após a morte são um período crucial, conhecido como o período de perturbação espiritual.
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O desprendimento gradual não é imediato. O espírito não se liberta do corpo de forma abrupta. O processo de separação é gradual, onde o perispírito (o invólucro fluídico que liga a alma ao corpo) se solta pouco a pouco.
A influência da vida material após o desencarne é ainda sentida. A rapidez e a facilidade desse desprendimento estão intimamente ligadas ao grau de desmaterialização do espírito em vida. Espíritos mais apegados à matéria (com paixões e vícios terrenos muito fortes) tendem a sentir o processo de forma mais lenta e dolorosa, pois os laços magnéticos que os prendem ao corpo são mais resistentes. Espíritos mais evoluídos ou desapegados desprendem-se rapidamente e com menos sofrimento.
As primeiras 48 horas após a morte também pode ser um período de perturbação. A sensação de confusão mistura-se a um torpor, pois após a morte, o espírito entra num estado de perturbação, como um despertar lento após um sono profundo ou desmaio.
A duração é variável: pode ser de poucas horas, dias, meses ou, em casos raros e extremos de apego à matéria, até mais tempo. Isso depende do adiantamento moral do espírito, do tipo de morte (violenta, natural ou planejada ou do seu apego à vida e aos bens materiais.
A inconsciência é um fato. Inicialmente, o espírito pode nem ter a consciência de que morreu. Ele pode tentar interagir com os vivos e ficar confuso ao perceber que não é notado. Enquanto está na fase de perturbação, o espírito pode reviver momentos da sua vida, especialmente os últimos instantes, e sente a agitação e dor dos familiares, o que pode aumentar o seu próprio sofrimento e confusão.
Após o período de perturbação, o espírito retoma a consciência de sua individualidade e de sua nova condição. É como se ele voltasse a ser espírito, retornando ao Mundo dos Espíritos, o Mundo Espiritual. É o despertar e a consciência. O espírito conserva sua forma humana, dada pelo perispírito, e a percepção de si mesmo, não perdendo sua individualidade.
E o que nós, vivos aqui neste mundo material, podemos fazer? A oração é um recurso valioso. As preces sinceras dos entes queridos ajudam o espírito recém-desencarnado a se desligar do corpo, acalmando sua perturbação, sendo amparado pelos espíritos protetores ou guias espirituais que vêm recebê-lo. Já o desespero e a dor excessiva dos familiares podem, inversamente, dificultar o processo, retendo o Espírito na atmosfera terrestre e aumentando sua aflição.

As primeiras 48 horas após a morte não são um fim, mas um início — o recomeço da vida. É o tempo em que o espírito, envolto em amparo e misericórdia, começa a compreender que a morte é apenas o retorno ao lar de onde partiu.

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