Arte coluna opinião 06 novembro 2023Arte Paulo Esper
Publicado 06/11/2023 00:00
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A esquerda mundial passou a adotar o discurso da defesa da democracia e "do estado de direito" denominando de extrema direita as forças políticas liberais-conservadoras na economia e nos costumes. A farsa vem perdendo validade e em muitos países as sondagens e mesmo resultados eleitorais demonstram que a maioria não se deixa influenciar pelo discurso, e sim quer se ver livre dos governos medíocres populistas e socialistas.
O viés populista intimida o investimento gerador de bons empregos, mantendo a população de muitos países dependente de favores do Estado, o que permite uma base eleitoral sólida. Mas o mundo está competitivo em termos de economia e quem não souber atrair capital, produzir com qualidade e sustentabilidade vai perder. Afinal, o muro caiu há meio século pela falência do modelo que não mais conseguia manter as prateleiras dos mercados abastecidas. Alguns dos discursos mais apelativos são os que, em nome do "interesse nacional", promovem barreiras alfandegárias ou reservas de mercado. Na verdade, é o cacoete da esquerda do atraso, contra o capital e o empreendedorismo.
No Brasil, esses políticos ficaram conhecidos no passado como melancias, pois eram verdes e amarelos por fora e vermelhos por dentro. Criaram e exploraram estatais, fontes de corrupção, empreguismo e privilégios. Impediram investimentos no petróleo e gás por décadas.
O comunismo não morreu como propagam. Vive de outra maneira, já que com a globalização e o crescimento econômico já não seria possível a cortina de ferro física e econômica nem manter milhões de pessoas prisioneiras. Mas o espírito e o teor marxista estão presentes. Putin que o diga, com a invasão, desaparecimento de opositores, prisões arbitrárias.
O que assistimos é uma pauta ideológica equivocada do governo Lula. Por exemplo, a solidariedade à Venezuela, a tentativa de socorrer a irresponsabilidade argentina, o silêncio com o que ocorre na Nicarágua, a dubiedade, que já não se pode mais chamar assim, na invasão da Ucrânia. E, no campo interno, a já não sutil intimidação de oposição e a cooptação por uma maioria frágil, que não resistirá a um espirro na economia e o eventual surgimento de novos casos de corrupção.
A indiferença do governo em facilitar o investimento, atrair capitais de risco, assustar com carga fiscal e o paternalismo na legislação trabalhista apontam para a determinação de fundo ideológico. Aliás, circula gravação confiável pela voz do presidente afirmar que não se importa de ser chamado de comunista, pois não quer é ser chamado de fascista e criticar palavras de exaltação a patriotismo, família etc..
A volta da melancia parece clara.
Aristóteles Drummond
Jornalista
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