Publicado 04/12/2023 00:00
Na política como na economia não existe lugar para ilusões. Não se briga com a realidade e os problemas, pois, do contrário, eles se tornam crônicos, com piora ao longo do tempo. O melhor é encarar a realidade com objetividade e pragmatismo.
Infelizmente a Argentina não terá sua grave crise na economia resolvida com o afastamento pela via democrática de um grupo político que a vem infelicitando há décadas, numa aliança do populismo com o esquerdismo. Nossos vizinhos – abençoados com uma agricultura de altíssima qualidade, autossuficiência energética e bom nível cultural – vêm empobrecendo e conhecendo crise social grave, com desemprego e perda de competitividade na sua indústria. O país nunca teve tantos pobres.
O motivo da dificuldade do novo governo, com excelentes ideias para promover uma correção de rumos, é a política. Dificuldades com o Parlamento podem ser removidas com o apoio na opinião pública, formada por uma sólida classe média empobrecida, mas informada. No entanto, ali isso não é suficiente.
O peronismo gerou aquele que talvez seja o sindicalismo mais violento, radical, irracional do mundo. Param o país sem atinar para um agravamento da crise. Recorrendo a piquetes violentos, intransigentes, agem por motivação política. A Argentina tem nas suas estatais fonte de corrupção e empreguismo. Precisa resolver
logo esta questão.
logo esta questão.
O grau de aparelhamento argentino não permite uma recuperação rápida como a que tivemos nos governos Temer e Bolsonaro. E lá não tem um grupo parlamentar que garanta a governabilidade como o centrão, no Brasil. Depois do período militar, foram estes políticos que garantiram a governabilidade e evitaram uma Constituição pior do que a que temos. Nossos trabalhadores, por outro lado, são de boa índole e sabem dos
benefícios de uma economia estável. Agem sem ideologia, sem ódio no coração.
benefícios de uma economia estável. Agem sem ideologia, sem ódio no coração.
Assim, agrava as preocupações com a paz interna, a ordem nas ruas e o desgaste dos militares, que demoraram para desmontar o terrorismo e a violência política, que dividiu o país e enlutou milhares de famílias. Há perdas nos dois lados. Mas não importa, subversão com terrorismo não tem justificativa. E ordem sem a presença dos militares, hoje, não existe em nenhum lugar. Por isso, os promotores da desordem, em todo mundo, procuram desgastar os militares e limitar sua influência na vida dos países.
A história, entretanto, registra a relevância dos militares na América Latina para que o regime cubano não tivesse dominado o continente implantando uma ditadura comunista em quase todos os países. Brasil, Chile, Uruguai, Argentina, Colômbia e Peru estiveram a perigo nos anos 1960 e 1970. A ação militar garantiu a democracia com países livres e com certo desenvolvimento econômico e social. O que não ocorreu nas experiências de esquerda.
O sucesso do governo Milei vai depender das condições de garantir ordem para ferir interesses irracionais que levaram a Argentina e seus trabalhadores à pobreza. Vamos torcer, pois um vizinho e parceiro em crise nos afeta sempre.
* Aristóteles Drummond é jornalista
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