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Publicado 09/09/2024 00:00
Roberto Campos, o genial brasileiro, gostava de dizer que o Brasil não perdia uma oportunidade de perder oportunidades, e é o que tem acontecido desde as eleições de 2022. A primeira oportunidade era reeleger um presidente, que, apesar de não saber se comportar e construir uma improvável derrota, colocou o país no rumo certo, pronto para dar um significativo salto no crescimento econômico com seus naturais reflexos sociais. Muita gente ficou em casa e o Lula da Silva voltou, e voltou pior.

O Brasil vinha de certo isolamento internacional com as bobagens de Bolsonaro. Lula quis ganhar prestígio e participar dos grandes acontecimentos da política mundial. Tem sido um desastre. Manifesta simpatias pela Rússia invasora e ainda quer ser mediador depois de ficar omisso na bárbara agressão. É tolerante com a farsa eleitoral na Venezuela e sempre contra os EUA, o mais tradicional aliado do Brasil. No Oriente Médio um constrangimento total. Condena Israel por reagir aos ataques.

Na economia, Lula faz declarações que se refletem no câmbio e na Bolsa. Assusta investidores estrangeiros. Pressiona para obter cargos nas duas maiores privatizações do Brasil, há mais de 20 anos, a Vale e a Eletrobras, ambas cotadas nas bolsas de Madrid e Nova Iorque. Promove aumento de impostos e inibe investidores nacionais e internacionais. Ou seja, outra oportunidade perdida para receber investimentos significativos. O Brasil tem a oferecer um mercado interno com 220 milhões de almas.

As despesas do setor público crescem, assim como o endividamento que se aproxima de 80% do PIB. A inflação ronda a economia. O ministro da Economia, Fernando Haddad, é respeitado, tem juízo, mas assusta o poupador. Agora fica repetindo que herança tem de ter altos impostos e diz que “não é justo que alguém que não fez nada herde apartamentos”. Os analistas e economistas social-democratas ficam inibidos de condenarem o que se passa, fazendo leves críticas. Mas parece estarem assumindo a realidade.

Os pedidos de proteção judicial de empresas em dificuldades vêm crescendo. Nada é feito na área da educação para melhorar a mão de obra nacional. Os empregos são de salários baixos e os jovens mais preparados deixam o país.

A falta de uma pauta séria, de uma oposição de qualidade, permite que a crise se aproxime perigosamente. A situação internacional também afasta o investidor avesso a riscos. Os bons números com a incerteza institucional e insegurança jurídica pode ser um castelo de areia;

Algo deve acontecer até o final do ano na economia ou na política.
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