Publicado 25/11/2024 00:00
A volta de Minas ao cenário político nacional começa a ganhar forma. Na verdade, as duas personalidades em destaque carecem de presença e sabedoria política, sem prejuízo de suas qualidades.
PublicidadeO senador, que preside o Senado, não é uma liderança popular nem política, tendo sido eleito em eleição atípica em 2018. Teria dificuldades numa reeleição e estaria mais interessado em obter uma indicação do presidente Lula para o Supremo Tribunal.
O governador Romeu Zema tem tido bom desempenho na gestão, mas não conseguiu penetrar na alma e na tradição política mineira. Muito provinciano, vendo que não terá chances de participar da eleição de 2026 nem de fazer seu sucessor, pode colaborar para colocar Minas acima de riscos e participar de maneira decisiva na sucessão nacional. Tem qualidades pessoais para isso.
O deputado Paulo Abi Ackel, o mais antigo membro da bancada federal mineira, acaba de dar interessante entrevista ao blog do jornalista Paulo Cesar de Oliveira. Aborda o cenário político nacional de maneira pragmática, chamando a atenção para a importância das legendas do centro democrático – o PSDB, que preside em Minas, mais MDB, União Brasil e PSD – se unirem para uma solução que atenda à vontade expressa pela nação no último pleito municipal.
A correta avaliação do parlamentar aponta para o derreter das mensagens de cunho ideológico e radical do PL, do PT e de seus satélites no eleitorado. A pauta elitista marcada pela ideologia é percebida como distante dos temas que efetivamente podem melhorar a qualidade de vida da população e que fez aumentar a presença do centro democrático nas últimas eleições. A gestão política em mãos experientes mostrou seus resultados no próprio partido de Abi-Ackel, em Aécio Neves e Minas, onde manteve relevância elegendo 64 prefeitos, diferentemente de São Paulo, onde praticamente desapareceu. O diferencial da maneira de fazer política entre mineiros e paulistas explica.
O deputado, que mantém expressiva votação nas seguidas eleições que lhe renovam o mandato, observa a recuperação de seu companheiro de bancada Aécio Neves, que exerceu dois mandatos no governo de Estado com grandes realizações não apenas no eleitorado, mas também entre os políticos de outros estados, uma interlocução importante para que Minas volte ao palco dos grandes acontecimentos políticos. Aécio em 2014 perdeu por muito pouco para Dilma Roussef.
Abi-Ackel considera que a eleição nos EUA pouco pode influir na política brasileira, além de ter dado alegria ao grupo do ex-presidente Bolsonaro.
A importância da entrevista se deve a confirmar que o Brasil não pode dispensar a sabedoria dos políticos mineiros. E que Minas precisa voltar a ser presente.
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