Publicado 27/03/2022 06:00
Nunca será fácil administrar a própria vida. Sempre será mais simples cuidar da vida dos outros. A responsabilidade é individual, mas existe algo no ser humano que o impulsiona para tentar ser um agente fundamental nas decisões de outras pessoas. Por mais que isso pareça contraditório, essa é uma escolha existencial e relacional comum na sociedade atual.
O desafio do indivíduo é sempre dar conta dos seus próprios problemas, ou seja, pagar as próprias contas, controlar o uso e consumo das próprias redes sociais, cumprir os horários, assumir efetivamente os compromissos sociais, profissionais, afetivos, etc., enfim, é uma demanda tão extensa e tão complexa, que, no fim das contas, um exercício minimamente racional levaria a uma conclusão óbvia: não há tempo para cuidar da vida de ninguém mais do que cuidar de si mesmo.
Há um quê de empatia no interior de quem procura se envolver com a particularidade da vida alheia, mas, na maioria das vezes, elas não lidam bem com seus dilemas, como irão ajudar os outros?
O advento das redes sociais tornou presente um novo estilo de ser em sociedade que é “ser na presença dos outros”, ou seja, todo mundo vive sob o olhar de todo mundo. Se há uma foto lá, isso é mais que o bastante para tornar essa pessoa um alvo dos olhares virtuais distantes.
A privacidade e o direito de “ser para si” estão sendo cerceados da sociedade do século vigente, de modo que muitas pessoas estão sendo sabotadas por uma falsa ideia de que consiste em estabelecer uma demanda para administrar problemas, dores, dúvidas, crises e um misto de emoções de terceiros.
A pergunta que não cala: quem está administrando bem a própria vida a ponto de lidar (com êxito total) com todos os problemas e todas as dores, dúvidas, crises e um misto de emoções que habitam a própria alma? A resposta é evidente. Essa atitude e tantas outras se chamam autossabotagem, isto é, agir contra si mesmo; deixando de cuidar dos próprios dilemas e dores, para cuidar dos dilemas e dores do outro, mas só é possível ser útil ao outro quando administramos corretamente a nossa própria vida.
Um cego não pode guiar outro, pois, se isso acontecer, ambos cairão num buraco, disse o Senhor Jesus (Mateus 15.14). A Bíblia nos fornece muita sabedoria neste sentido. Quando alguém se importa com quem deve se importar a princípio, passa a ficar apto a não só se importar como de fato auxiliar outras pessoas que também precisam de ajuda.
Cuidar da própria vida não é egoísmo; é uma expressão de amor que pode e, provavelmente, vai respingar de modo vivificante em outras existências que estiverem por perto. Pense nisso.
O advento das redes sociais tornou presente um novo estilo de ser em sociedade que é “ser na presença dos outros”, ou seja, todo mundo vive sob o olhar de todo mundo. Se há uma foto lá, isso é mais que o bastante para tornar essa pessoa um alvo dos olhares virtuais distantes.
A privacidade e o direito de “ser para si” estão sendo cerceados da sociedade do século vigente, de modo que muitas pessoas estão sendo sabotadas por uma falsa ideia de que consiste em estabelecer uma demanda para administrar problemas, dores, dúvidas, crises e um misto de emoções de terceiros.
A pergunta que não cala: quem está administrando bem a própria vida a ponto de lidar (com êxito total) com todos os problemas e todas as dores, dúvidas, crises e um misto de emoções que habitam a própria alma? A resposta é evidente. Essa atitude e tantas outras se chamam autossabotagem, isto é, agir contra si mesmo; deixando de cuidar dos próprios dilemas e dores, para cuidar dos dilemas e dores do outro, mas só é possível ser útil ao outro quando administramos corretamente a nossa própria vida.
Um cego não pode guiar outro, pois, se isso acontecer, ambos cairão num buraco, disse o Senhor Jesus (Mateus 15.14). A Bíblia nos fornece muita sabedoria neste sentido. Quando alguém se importa com quem deve se importar a princípio, passa a ficar apto a não só se importar como de fato auxiliar outras pessoas que também precisam de ajuda.
Cuidar da própria vida não é egoísmo; é uma expressão de amor que pode e, provavelmente, vai respingar de modo vivificante em outras existências que estiverem por perto. Pense nisso.
Bispo Abner Ferreira
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