Paulo MárcioPaulo Márcio
Publicado 16/04/2023 06:00
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"Outrossim, ouvistes que foi dito aos antigos: não perjurarás, mas cumprirás teus juramentos ao Senhor. Eu, porém, vos digo que de maneira nenhuma jureis: nem pelo céu, porque é o trono de Deus; nem pela terra, porque é o escabelo de seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei; nem jurarás pela tua cabeça, porque não podes tornar um cabelo branco ou preto. (Mateus 5.33-36)

Podemos dizer que não devemos jurar, pois, a vida do crente, em Jesus, fala por si mesmo. Neste sentido se alguma pessoa carece de jurar para que se confie em suas palavras, tal pessoa deve fazer uma revisão de sua vida cristã. Inicialmente cabe observar que as pessoas nos dias de Jesus, não raras vezes, possuíam o hábito de jurar. Equivalente a essa verdade evidencia-se que em Israel era usual nos dias de Jesus, entre o povo, jurar pelo altar, pela oferta, pelo templo, pelo ouro do templo e por Jerusalém, a cidade do grande Rei.

Dessa forma quanto mais admirável o artefato do juramento, maior importância tinha o juramento. O evangelista Mateus expõe que até mesmo o céu era jurado como testemunha entre as partes: "Ai de vós, condutores cegos! Pois que dizeis: qualquer que jurar pelo templo, isso nada é; mas o que jurar pelo ouro do templo, esse é devedor. Insensatos e cegos! Pois qual é maior: o ouro ou o templo, que santifica o ouro? E aquele que jurar pelo altar, isso nada é; mas aquele que jurar pela oferta que está sobre o altar, esse é devedor. Insensatos e cegos! Pois qual é maior: a oferta ou o altar, que santifica a oferta? Portanto, o que jurar pelo altar, jura por ele e por tudo o que sobre ele está. E o que jurar pelo templo, jura por ele e por aquele que nele habita. E o que jurar pelo céu, jura pelo trono de Deus e por aquele que está assentado nele". (Mt 23.16-22).

Desnecessário enfatizar que percebemos que normalmente quando alguém precisa “jurar” por algo é porque a “sua verdade” está manchada. Aqui se faz necessário uma interrupção para uma análise: naqueles dias, como também atualmente, o modo habitual dos juramentos tornou-se um expediente sem confiabilidade ao passar a ser um formato de tentar legitimar a mentira. Sendo assim, Jesus nos adverte para que em momento algum juremos para garantir a integridade dos nossos atos.

Assim, devemos compreender as palavras de Jesus quando afirma: “Nem jurarás pela tua cabeça, porque não podes tornar um cabelo branco ou preto.” (Mt 5.36). Que fique bem claro que nesta fala do Mestre, Ele não demonstra uma atitude hostil, o que vemos é Ele censurando a banalização dos juramentos, isto é, a forma desrespeitosa de usar o nome de Deus.

Não devemos nos esquecer que o nome do Senhor é santo, por isso, não se deve usá-lo em sentido que não seja para o devido culto, adorá-Lo, bendizê-Lo e louvá-Lo. Por isso o
Mestre nos ordena: “Não jureis de modo algum”.

Confesso que examinamos exaustivamente a fala do nosso Senhor e podemos notar que Ele deseja que nós como Seus discípulos tenhamos uma vida pautada na veracidade de nossas palavras (Mt 5.37). O aprofundamento do debate nos possibilita avaliar que, se somos justos e sinceros e andamos na verdade com todos, jurar se torna desnecessário.

Não podemos perder de vista que uma pessoa de palavra e honrada não carece de empregar juramentos para afiançar suas palavras. Até mesmo porque as suas ações produzirão testemunho a seu respeito. Entretanto, merece ser frisado que o crente que possui o compromisso com a palavra empenhada, amadurece na vida cristã, por isso apresenta frutos com perfeição para o Reino de Deus.

A par dessas evidências podemos notar que Jesus busca enfatizar a obrigação de se empenhar a palavra dita e tenha o peso correspondente à seriedade com que lidamos com as situações da vida. Verifica-se, assim, que a discussão hoje em curso é que a palavra do cristão deve possuir um compromisso com a verdade, em todos os sentidos.

Com isso chegamos à conclusão que o objetivo da fala de Jesus no Sermão do Monte era nos ensinar sobre a relevância que deve haver em nossas palavras, e como o nosso falar não deve ser avaliado pelos nossos juramentos, mas, sim, por nosso caráter e pela expressão dos verdadeiros sentimentos do nosso coração.

Bispo Abner Ferreira 

ORAÇÃO
Nossa oração de hoje é para que o Mestre, de cujos lábios jamais saíram palavras mentirosas, nos dê um coração entendido, para que toda a palavra que sair de nossa boca, seja pura e inabalável, a fim de sempre podermos respeitar e honrar o Santo nome do nosso Deus.
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