Publicado 16/12/2022 06:00
A partir de janeiro, o Brasil terá um novo governo, com novas diretrizes e diante de desafios imensos.
Depois da pandemia, com cerca de 700 mil mortos no país, a mais aguda dos últimos cem anos, o mundo enfrenta uma guerra, a alta da inflação e dos juros, a escassez de energia e restrições ao crescimento econômico.
Depois da pandemia, com cerca de 700 mil mortos no país, a mais aguda dos últimos cem anos, o mundo enfrenta uma guerra, a alta da inflação e dos juros, a escassez de energia e restrições ao crescimento econômico.
Não bastasse, as mudanças climáticas e a destruição da Amazônia exigem decisões urgentes e inadiáveis. Nesse contexto complexo a futura administração Lula vai precisar de empenho, criatividade e união para vencer as barreiras e pôr o Brasil nos trilhos. Vamos ter de refletir muito sobre esses temas variados do combate à desigualdade e pobreza à recuperação de nossa imagem internacional e da nossa inserção internacional.
Essa crise energética mundial e as mudanças climáticas abrem espaço para os investimentos em hidrogênio verde. Grande produtor de energia limpa, o Brasil leva vantagem competitiva e ganha uma oportunidade de reindustrialização. O cenário energético mundial mudou radicalmente a partir do 24 de fevereiro último com a Guerra na Ucrânia. O maior conflito armado na Europa desde o fim da Segunda Guerra Mundial transformou o panorama global e o movimento de governos e empresas rumo à transição para uma economia de baixo carbono.
Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, os países mais ricos gastarão, neste ano, 17,7% do PIB com energia, segundo maior valor da história, atrás apenas do período entre 1980 e 1981, época do segundo choque do petróleo. Os custos em 2023 poderão ser ainda maiores, por conta dos cortes no fornecimento de gás da Rússia à União Europeia.
Neste cenário, o hidrogênio verde desponta como uma das mais promissoras tecnologias. Com uma matriz energética na qual as fontes renováveis respondem por 85% (enquanto a média mundial é de 29%), abundância de recursos hídricos, sol e vento e a capacidade de gerar energia 24 horas, nos sete dias da semana, com fontes limpas, o Brasil poderá reforças sua liderança energética no planeta e se tornar polo de produção de hidrogênio verde no mundo. A exemplo da produção eólica, o Nordeste lidera a corrida pela atração de investimentos, com mais de US$ 20 bilhões programados.
A União Europeia anunciou, em maio último, a meta de importar dez milhões de toneladas de hidrogênio verde e produzir outros dez milhões localmente até 2030. Na Alemanha, companhias aéreas planejam nos próximos anos usar ao menos 5% de combustível verde.
A energia renovável representa uma das melhores chances para a reconstrução do Brasil. Nosso país pode ser protagonista de revelo nesse cenário. Temos uma grande oportunidade de reindustrialização a partir da energia. Faz tempo esperamos por esse crescimento, o desenvolvimento de uma cadeia produtiva e um apoio maior do governo à pesquisa.
A agenda climática é o centro das preocupações das empresas e dos governos. Em uma década, o custo do hidrogênio verde será três vezes menor, segundo as projeções. O Brasil estaria entre os países mais competitivos do mundo, o custo brasileiro ficaria ao redor de US$ 1,5 por quilo, alinhado às melhores localizações do mundo.
Cesário Melantonio Neto
Leia mais
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.