Publicado 21/07/2022 00:00
É cansativo repetir que o nosso presidente é um inepto, um réptil, uma bazófia. No entanto, agora, mais do nunca, precisamos dizer, em alto e bom som, como ele é um sujeito de quinta categoria. O que ele fez na esdrúxula reunião com embaixadores foi de uma ousadia imensurável. Ele, mais uma vez, expôs o país ao ridículo, só que, dessa vez, um ato oficial. Com carimbo de ridículo. Com selo. Que tristeza. Um governo orgulhosamente patético. Uma lástima.
Devemos ter cuidado com os sinais. Ele não quer somente envergonhar o país, ele tem uma estratégia de preservação do poder. E a explora acintosamente. Tudo é planejado. Ele faz a provocação, barata e vulgar, mas destinada ao seu gado domesticado. Os bolsonaristas convictos, orgulhosos da própria ignorância, e os dinheiristas, que assaltam com volúpia a viúva. Não há limites em nenhum dos dois grupos. A ignorância, o poder e o dinheiro dariam séculos de matérias sobre a espécie humana, às vezes nem tão humana.
Eu tenho afirmado que vivemos um golpe em movimento. Um golpe diário, na consolidação da mediocridade, na potencialização do ridículo, na cultura do estúpido, que é a marca dessa barbárie. E a ruptura institucional vai se afirmando nas pessoas que consideram normal tanta hipocrisia, que não se assustam com a reunião absurda do Presidente da República com os embaixadores. Com o anúncio do golpe para a comunidade internacional, de maneira que faz corar a nossa história na diplomacia mundial. O Brasil tinha sido, nos últimos anos, um modelo na diplomacia internacional. Agora é o caos. A humilhação. A desonra.
No fundo, voltamos a uma discussão que eu cansei de levantar, sem nunca ser ouvido. Eu falei pra mim mesmo, também de maneira orgulhosa e inútil: o Presidente da República é um serial killer em matéria de crime de responsabilidade. Nunca houve na história de nenhum país democrático uma quantidade de crimes de responsabilidade tão fartamente documentado. Mas, embora tenhamos quase 200 propostas de impeachment adormecidas na presidência da Câmara dos Deputados, o poder do Presidente da Câmara é um poder imperial e ele decide sozinho, ignorando a importância dos 581 Deputados. É a verdadeira expressão do “estado sou eu”, na versão brasileira do jargão francês: “L'Etat c’est moi”.
É necessário fixar uma mensagem. O Brasil precisa sair do fundo do poço. Não cabe ao Presidente Lula, se eleito dia 2 de outubro, no primeiro turno, como espero, lidar com essa escória. É preciso reconstruir o país. Olhar e cuidar dos 33 milhões de brasileiros que passam fome. Dos 158 milhões com insubsistência alimentar. Dos 500 mil que vivem nas ruas. Dos milhões de desesperançados. Juntamente com os que têm fome de cultura, de justiça social, de arte, de alegria.
Vamos tentar ser felizes de novo e deixar os medíocres terem o fim que eles merecem: o esgoto do mundo, na sarjeta que eles se lambuzam e se sentem em casa. Vamos reconstruir o país. Com justiça social e igualdade. Vamos fazer do Brasil um país possível de ser feliz de novo. Sem medo. Sem susto. Sem raiva. É mais do que necessário apoiar a Justiça Eleitoral e repetir o Ministro Fachin: basta!
Sempre lembrando a grande Cecília Meireles: “Eu não tinha estas mãos sem força. Tão paradas e frias e mortas; Eu não tinha este coração que nem se mostra. Eu não dei por esta mudança. Tão simples, tão certa, tão fácil: Em que espelho ficou perdida a minha face?”.
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