'Morte anunciada', diz colunista sobre descaso em show de Taylor Swift

A triste fala de Weiny Machado não vai revelar a terrível dor de perder sua filha única, Ana Clara Benevides, de apenas 23 anos.

Fã de Taylor Swift, ela havia ganhado um ingresso para ver a popstar norte-americana no Estádio Nilton Santos, o Engenhão.

Ela deixou Rondonópolis, no Mato Grosso do Sul, e embarcou para o Rio, na esperança de trazer na memória e em seu coração, a lembrança daquele que poderia ser um grande dia de sua vida, de assistir o show de sua artista predileta, de contar a experiência no futuro, de quando era jovem.

Era a realização de um sonho, que se tornou um pesadelo, graças ao descaso local de não disponibilizar água para um público de 60 mil pessoas, nesses dias que um calor brutal assola o país.

Ana Clara, que se sentiu mal no local, foi atendida por paramédicos, mas faleceu no Hospital Salgado Filho em decorrência de uma parada cardiorrespiratória. Outras mil pessoas também passaram mal no evento.

Taylor Swift, ao tomar conhecimento do ocorrido, emitiu um comunicado em seu perfil oficial no Instagram, deixando transparecer o sentimento de algo que deveria ser inimaginável em um evento onde pessoas vão celebrar a música: "Esta é a última coisa que pensei que aconteceria quando nós decidimos trazer essa turnê para o Brasil”

É inacreditável que, em pleno século 21, amadorismos como este, de não viabilizar algo vital para a vida durante um megaevento de grande proporções em meio à condições climáticas totalmente desfavoráveis, ainda aconteçam.

É uma mancha para a indústria de entretenimento no Brasil. 'Isso me faz lembrar de Woodstock 99'.

Naquela época, o Woodstock , que reuniu cerca de 400 mil pessoas , estava acontecendo sob um calor de 40 graus , em uma base aérea e com graves problemas em decorrência da falta de água. Muitos jovens passaram mal pela mesma situação. Virou um inferno.

"E agora, acontece a mesma coisa no Brasil de 2023. Uma tragédia anunciada", escreveu Marcelo de Assis, colunista do Gente IG