Publicado 30/01/2022 06:00
Com a correria dos nossos dias estamos perdendo a capacidade de ouvir as pessoas. Ouvidos temos, mas muitas vezes mesmo quem possui um ouvido perfeito, não consegue escutar o outro, pois existe uma surdez interior.
Nessa semana, o Papa Francisco alertou que, de fato, a escuta não tem a ver apenas com o sentido do ouvido, mas com a pessoa toda. Santo Agostinho convidava a escutar com o coração, a acolher as palavras não exteriormente nos ouvidos, mas espiritualmente nos corações.
A primeira escuta a reaver quando se procura uma comunicação verdadeira é a escuta de si, das próprias exigências mais autênticas inscritas no íntimo de cada um. E não se pode recomeçar senão escutando aquilo que nos torna únicos na criação: o desejo de estar em relação com os outros.
Cada vez se torna mais complexa as relações. Na realidade, em muitos diálogos, efetivamente não comunicamos, estamos simplesmente à espera que o outro acabe de falar para impor o nosso ponto de vista. E fazemos isso sem nem perceber.
A comunicação não se realiza apenas com as palavras, mas também com os olhos, o tom de voz, os gestos. O intenso fascínio de Jesus sobre quem o encontrava dependia da verdade da sua pregação, mas a eficácia daquilo que dizia era inseparável do seu olhar, das suas atitudes e até dos seus silêncios.
Vamos ficar mais atentos às nossas relações. Estar abertos a escuta, e comunicar com o coração!
Padre Omar
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