Publicado 13/02/2022 06:00
Essa semana o Papa Francisco e o Papa emérito Bento XVI falaram sobre o tema da morte. Um assunto do qual muitas vezes fugimos, mas que é inevitável, e que pode ser melhor administrado aos olhos da fé. A nossa relação com a morte nunca diz respeito ao passado, é sempre presente. O Papa Bento disse, há alguns dias, com muita lucidez, que “está diante da porta obscura da morte”.
A chamada cultura do bem-estar procura remover a realidade da morte, mas, de uma forma dramática, a pandemia do coronavírus voltou a colocá-la em evidência. Foi terrível: muitas pessoas perderam entes queridos sem poder estar ao lado deles, e isto tornou a morte ainda mais difícil de aceitar.
Estamos sempre querendo eliminar o pensamento da nossa finitude, iludindo-nos assim a pensar que podemos retirar o poder da morte e afastar o temor. Mas a fé cristã não é uma forma de exorcizar o medo da morte, pelo contrário, nos ajuda a enfrentá-la.
Mais cedo ou mais tarde, todos nós iremos àquela porta. Apenas através da fé na ressurreição que podemos olhar para o abismo da morte sem nos deixarmos dominar pelo medo. De fato, pensar na morte, iluminada pelo mistério de Cristo, nos ajuda a olhar para toda a vida com novos olhos.
O Papa Francisco nos alertou que não vemos atrás de um carro fúnebre um caminhão de mudanças! Pois iremos sozinhos, sem nada nos bolsos. O que precisamos acumular é caridade, a capacidade de partilhar, a capacidade de não ficar indiferentes às necessidades dos demais.
Que Nossa Senhora nos ajude a viver o mistério da morte da melhor maneira possível. Na oração da Ave-Maria, pedimos à Nossa Senhora para estar perto de nós “na hora da nossa morte”. E assim seja!
Padre Omar
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