Publicado 16/07/2022 00:00
Existe um aspecto da abertura universal do amor que não é geográfico, mas existencial: a capacidade diária de alargar o meu círculo, chegar àqueles que espontaneamente não sinto como parte do meu mundo de interesses, embora se encontrem perto de mim.
O amor que se estende para além das fronteiras está na base daquilo que o Papa Francisco chama de amizade social. Se for genuína, esta amizade dentro de uma sociedade é condição para possibilitar uma verdadeira abertura.
Não um universalismo autoritário e abstrato, apresentado como um ideal para homogeneizar e dominar. Este falso sonho universalista priva o mundo da variedade das suas cores, da sua beleza e, em última análise, da sua humanidade.
O futuro devemos contemplar na variedade e na diversidade das contribuições que cada um pode dar. Como precisamos aprender a viver conjuntamente em harmonia e paz, sem necessidade de sermos todos iguais!
Para caminhar rumo à amizade social é preciso reconhecer o valor de cada pessoa em qualquer circunstância. Se cada um vale tanto, temos que ter a convicção de que o simples fato de ter nascido em um lugar com menores recursos ou menor desenvolvimento não justifica que algumas pessoas vivam menos dignamente.
Todo o ser humano tem direito de viver com dignidade e se desenvolver integralmente. Quando não se salvaguarda este princípio elementar, não há futuro para a amizade, para a fraternidade nem para a sobrevivência da humanidade.
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