alempaulo márcio
Publicado 12/11/2022 06:00
A Igreja celebra neste domingo o Dia Mundial dos Pobres, uma data criada pelo Papa Francisco para provocar a reflexão sobre o nosso estilo de vida e as inúmeras pobrezas do momento atual. Sabemos que o problema não está no dinheiro em si, pois faz parte da vida diária das pessoas e das relações sociais. Mas devemos refletir, sim, sobre o valor que o dinheiro tem para nós: não pode se tornar o objetivo principal.
O apego nos impede de ver com realismo a vida de todos os dias e ofusca o olhar, impedindo de reconhecer as necessidades dos outros. Nada de mais nocivo poderia acontecer a um cristão do que ser ofuscado pelo ídolo da riqueza, que acaba por acorrentar a uma visão efêmera e falha da vida.
Não se trata de ter um comportamento assistencialista com os pobres, como muitas vezes acontece; naturalmente é importante se empenhar para que não falte o necessário a ninguém. Mas não é o ativismo que salva, mas a atenção sincera e generosa que nos permite se aproximar de um pobre como um irmão.
É urgente encontrar estradas novas que possam ir além da configuração daquelas políticas sociais concebidas como uma política para os pobres, mas nunca com os pobres, nunca dos pobres e muito menos inserida em um projeto que reúna a todos.
O tema deste VI Dia Mundial dos Pobres apresenta o grande paradoxo da vida de fé: a pobreza de Cristo nos torna ricos. Se o apóstolo Paulo pôde comunicar este ensinamento – e a Igreja difundi-lo e testemunhá-lo ao longo dos séculos – é porque Deus, em seu Filho Jesus, escolheu e seguiu esta estrada.
Se Ele Se fez pobre por nós, então a nossa própria vida se transforma, adquirindo um valor que o mundo não conhece nem pode dar. A riqueza de Jesus é o seu amor, que não se fecha a ninguém, mas vai ao encontro de todos, sobretudo dos marginalizados.
Padre Omar
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