Publicado 18/05/2024 00:00
Essa semana estou cumprindo uma agenda de compromissos em Roma. Tive a oportunidade de estar com o Papa Francisco, que abençoou camisas de futebol que serão leiloadas para ajudar as vítimas das enchentes do Rio Grande do Sul.
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Na audiência que participei, o Papa Francisco refletiu sobre a caridade. Pensar na caridade dilata o coração e a mente, segundo as palavras inspiradas de São Paulo na Primeira Carta aos Coríntios. São Paulo cita a tríade das virtudes teologais, exclamando: “Agora, pois, permanecem estas três coisas: a fé, a esperança e a caridade. Mas a maior de todas é a caridade”. 
Paulo dirige estas palavras a uma comunidade muito longe de ser perfeita no amor fraterno: os cristãos de Corinto eram bastante turbulentos, havia divisões internas, havia aqueles que pretendiam ter sempre razão e não ouviam os outros, considerando-os inferiores. 
Provavelmente todos na comunidade de Corinto estavam convencidos de que eram pessoas bondosas e, se fossem interrogados sobre o amor, teriam respondido que, para eles, o amor era certamente um valor muito importante. Até hoje o amor está nos lábios de todos. Mas o que é o amor?
Os cristãos da antiguidade tinham à disposição várias palavras gregas para definir o amor. No final, surgiu o “ágape”, que normalmente traduzimos como “caridade”. Porque, na verdade, os cristãos são capazes de todos os amores do mundo: também eles se apaixonam, também eles experimentam a benevolência da amizade. Mas existe um amor maior, um amor que nos permite amar a Deus, tornando-nos seus amigos, e nos concede amar o próximo como Deus o ama.
Por causa de Cristo, este amor nos impele para onde humanamente não iríamos: trata-se do amor pelos pobres, pelo que não é amável, por quem não nos ama e não nos é grato. É o amor pelo que ninguém amaria; até pelo inimigo.
Nestas palavras, o amor se revela como virtude teologal, adquirindo o nome de caridade. A nossa natureza humana nos leva a amar espontaneamente o que é bom e belo. Mas o amor de Deus vai além destes critérios. O amor cristão abraça o que não é amável, oferece o perdão, abençoa quem amaldiçoa. É um amor tão audacioso que parece quase impossível.Esta é a beleza e a grandiosidade do amor.
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