Publicado 14/07/2024 00:00
O ser humano não se realiza plenamente quando está só. Nossa verdade interior é revelada no encontro com o outro. Sem rostos concretos a quem amar, não experimentamos o verdadeiro valor da vida. A vida floresce onde há vínculo, comunhão, fraternidade e amor.
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São Tomás de Aquino definiu o amor, possibilitado pela graça divina, como um movimento que centraliza o outro, considerando-o uma extensão de si mesmo. Essa atenção afetiva ao outro desperta uma orientação altruísta, buscando seu bem gratuitamente. Este sentimento de valorização é a essência da caridade: o ser amado é "caro" para nós, ou seja, de grande valor.
Sendo assim, o amor implica algo mais do que uma série de ações benéficas. Ele deriva de uma união profunda que nos faz ver o outro como precioso, digno e bom, independentemente das aparências físicas ou morais. Amar o outro por quem ele é nos impulsiona a buscar o melhor para sua vida. Cultivando essa forma de relacionamento, podemos promover uma amizade social, que inclui a todos, como nos pede o Papa
Francisco.
O amor nos conduz à comunhão universal. Ninguém amadurece ou alcança a plenitude em isolamento. O amor exige uma abertura progressiva e uma capacidade maior de acolher os outros, em uma aventura sem fim que une todas as periferias rumo a um sentido pleno de pertença mútua.
Essa necessidade de ultrapassar nossos próprios limites também se aplica ao diferente. E assim, nos dinamismos da história – independentemente da diversidade das etnias, das sociedades e das culturas –, vemos semeada a vocação de formar uma comunidade feita de irmãos que se acolhem mutuamente e cuidam uns dos outros.
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