Luarlindo Ernesto, repórter do Jornal O DIA.Daniel Castelo Branco
Publicado 15/01/2022 06:00
Enquanto o calor bate recorde no Rio Grande do Sul, e na Argentina, ultrapassando os 40ºC desde quarta-feira, aqui no Rio aguardamos este final de semana para ir à praia. Acho que vai faltar espaço. Que se dane a pandemia. Depois das chuvas e temperaturas frias, melhor viver no calor (têm os que consultam a Previsão do Tempo, têm os que acreditam no barulho das cigarras). Então, tem muita gente que já preparou o plano para ocupar um espaço na areia, no sábado e no domingo. Claro, a praia vai bombar este final de semana. Alguém tem dúvida?
O calor chegou pra valer. O vizinho de bombordo, que virou desempregado profissional, já avisou que comprou latinhas de cervejas,
na promoção, e que vai beber o que puder, lá no Leme. "O que sobrar, eu vendo !" Eu ? Continuo na caverna, tipo abrigo nuclear, evitando contágio. O doutor Adolfo, que sempre me conserta, sugeriu que deveria me manter afastado do álcool. Como? Tomo banho do produto quando volto da consulta, ou de exames médicos. Não é paranoia. É medida sanitária. Já encarei as três doses, além da vacina da gripe. Somente não uso álcool quando vou acender o fogão a lenha.
Mas, como ninguém é perfeito, aguardo a chegada de um amigo recente, o José Francisco. Ele mora em São Paulo e já avisou que virá ao Rio e vai chegar, aqui, com um estoque de cerveja. Bem, vou recebê-lo com um spray do tipo 70º. Enquanto isso, a turma dos mais velhos da Água Santa, procura um antro alcoólico familiar para fincar a bandeira dos coroas. Lembrem que o bar do Gordinho fechou a única porta e, consequentemente, acabou o ponto de encontro. O Fred já sugeriu o Bar do Feio, na Chave de Ouro, como alternativa definitiva. Não sei se a proposta será aprovada no plenário. Ou teremos emendas ?
Como não poderia deixar de ser, aqui temos oposição, também. Lamentavelmente, não temos verbas partidárias. A verba da vaquinha, angariada durante todo o ano, foi gasta antes do Natal, na churrascada no Bar do Gordinho (pouco antes do fechamento do antro). Acho necessário explicar sobre o Bar do Feio, alvo predileto do Fred: o Feio chegou do Nordeste no final dos anos 1970. Trabalhou duro como atendente de padaria aqui da área. Conseguiu trazer a família para o Rio.
Trabalhava muito. Conseguiu, depois de uns 30 anos, arrendar o bar na Chave de Ouro e passou a preparar codornas na brasa. Foi o pulo do gato (não nas codornas). Prosperou e conseguiu comprar o prédio ao lado do bar. Pronto. Enfartou e morreu no ato. Mas, a viúva, com os cunhados, tocaram a vida e o bar. Estão indo bem. Entenderam ? O local ficou famoso pelas aves no carvão.
Bem, amigas e amigos, vamos aguardar a votação do plenário dos velhos da Água Santa. Particularmente, prefiro o quintal, aqui da caverna, mesmo sem o tira-gosto do Gordinho. Ah, detalhe importante: se algum velhinho passar mal aqui no quintal, levamos o "paciente" até a Linha Amarela, aqui ao lado... Aí, então, é só chamar a ambulância da Lamsa. Socorro garantido e rápido.
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