Publicado 03/12/2022 06:00
Pesadelos ou sonhos maravilhosos chegam sem avisar. São tão reais que nos deixam na dúvida se aconteceram ou estão acontecendo. Lembram que foi profissão o cara que interpretava os sonhos? Ih, ocupavam lugar de destaque ao lado de reis, faraós, ditadores, presidentes e até alguns avôs, que conheci, que entendiam do assunto, eram procurados. Me contaram que, velhas rezadeiras, que acredito não mais existam, também davam seus palpites. Não contando com os falsos profetas, é claro.
Mas, depois das explicações, vamos aos fatos (?). Ontem, ainda com as rebarbas de aerofagia, sonhei com o ex-presidente Jânio da Silva Quadros. Aposto que tem leitor que já ouviu falar dele. Foi eleito e tomou posse em 1961, depois de derrotar o marechal Henrique Lott. Esse senhor, renunciou ao cargo sete meses após ser empossado. Em seu lugar, assumiu, depois de um imbróglio político-militar, João Goulart.
Mas, depois das explicações, vamos aos fatos (?). Ontem, ainda com as rebarbas de aerofagia, sonhei com o ex-presidente Jânio da Silva Quadros. Aposto que tem leitor que já ouviu falar dele. Foi eleito e tomou posse em 1961, depois de derrotar o marechal Henrique Lott. Esse senhor, renunciou ao cargo sete meses após ser empossado. Em seu lugar, assumiu, depois de um imbróglio político-militar, João Goulart.
Jânio era advogado, professor e literato. Em seus discursos, usava palavras que a maioria dos brasileiros não conhecia. Na época, lamentavelmente, o google não havia sido inventado. Era dureza entender o palavreado do ilustre senhor. Atribuíram ao ex-presidente uma frase, curta: "Fi-lo porque qui-lo...", para explicar a renúncia, que ele sempre desmentiu mas que ficou na memória de uns poucos sobreviventes da época.
Então, imaginem um discurso, do então candidato ao cargo máximo brasileiro, que passou no filme verdade, quase verdade, do meu sonho: "Ilustres propedeutas, sinesíforos, sinecuras, e povão menos abastado! Eis-me aqui, pronto para ser o seu mandatário!".
Então, imaginem um discurso, do então candidato ao cargo máximo brasileiro, que passou no filme verdade, quase verdade, do meu sonho: "Ilustres propedeutas, sinesíforos, sinecuras, e povão menos abastado! Eis-me aqui, pronto para ser o seu mandatário!".
Acreditem, mesmo diante de tal discurso do sonho, não acordei. Somente bem mais tarde, quando eu já procurava um dicionário sonhado é que despertei. Também, foi quando ele, Jânio, explicou o motivo da renúncia: "Forças ocultas, súcias...", que não consegui entender, presidente.
Data vênia, enquanto dormia ou mesmo acordado, desde 1961. Eu ainda tenho um amigo-leitor, o Raymundo, a quem recorrer nas dúvidas. Mesmo sendo professor de Matemática. É, sempre ajuda. "Alô Raymundo, acuda! Ou indique um propedeuta... Pronto: fi-lo porque qui-lo".
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