Luarlindo Ernesto, repórter do Jornal O DIA.Arquivo O DIA
Publicado 31/12/2022 06:00
Ela já teria passado dos 80 anos. Morreu aos 40, em janeiro de 1977, na Ponte Rio-Niterói. É uma simples pista para os amigos tentarem lembrar de quem estou falando. Lembraram? Não estou chamando ninguém
de velho. Mas, se alguém ainda recorda das músicas "dor de cotovelo", quase do tipo de Lupicínio Rodrigues, devem saber: Maisa.
Eu esbarrei em discos dela, quando fazia uma faxina na estante dos LPs. No ato, telefonei para um "velho" amigo, o Fernando, que vive exilado na Região Serrana por conta própria, fugindo da pandemia e do momento, da queima de fogos, na virada, em Copacabana. Ele enumerou nomes das mais conhecidas músicas da cantora. "Não tem como esquecer as letras da Maísa". Eu testei a memória dele: "Meu Mundo Caiu! Fernando foi na bucha: "Lançado em 1958!" Caramba...

Maísa estourou nas emissoras de televisão da época. Só não recordo se ela chegou a se apresentar no Beco das Garrafas, em Copacabana. Morava em Maricá e foi em um dia que voltava para casa, mas não conseguiu
controlar o carro que dirigia. Parece que foi um vento forte que deixou o veículo desgovernado. Morreu no local. Foi manchete dos jornais. Meu mundo caiu.

Ainda no telefone, Fernando chegou a recitar trechos da música. Claro que não cantarolamos. Somos desafinados de pai e mãe. Então, amigos, resolvi testar a memória da filha primogênita, que mora em BH: "Lembra da Maísa, cantora e compositora?" "Ô pai, apesar da minha idade, lembro sim". Logo começou a cantarolar "Meu Mundo Caiu". Céus, parece que combinamos.
Ainda deu nomes de outras composições da cantora. Tal qual o Fernando. Evidente que Maísa não foi cantora-compositora de somente esta música. Então, não tive dúvidas. Resolvi lembrar aos amigos que, em 2023, agorinha, lá se vão 46 anos da morte dela. Triste fim da mulher que resolveu enfrentar preconceitos, e problemas conjugais, para seguir cantando o que pensava. Caramba, como o tempo voa.
Estou, então, tentando voltar no tempo e rememorar o que se passava no mundo em 1977. Achei momentos
bons e, lamentavelmente, muito mais coisas ruins. Melhor levantar o mundo. Se ele caiu.

 
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