Publicado 13/05/2023 00:00
Céus, entre tantos golpes financeiros que assolam o país, fui obrigado a lembrar um dos mais espetaculares que a nação já viu (e esqueceu?). Foi em 1964, um mês após o golpe militar: Doe ouro para o bem do Brasil. Já se assustaram? Alianças de casamentos, prendedores de gravatas, colares, brincos, pulseiras, carros, dinheiro vivo, até uma enxada fundida em ouro foi doada por fazendeiro do Sul. Mais de 400 quilos de ouro, fora o montante em grana viva, foram parar ... foram parar... Ih nem sei. Mas, vinte por cento do montante foram recolhidos para os "inventores" da campanha. Amigos, quem de vocês contribuiu?
A tal campanha seria para pagar a dívida externa da nação. Grande jogada. A ideia, e a montagem das áreas de arrecadação, partiu do então poderoso grupo Diários Associados (que ficou com os vinte por cento do total arrecadado). Eita golpe espetacular.
Fred, na tarde fria e chuvosa deste final de semana, chegou e eu perguntei sobre o caso. - Eu não estava no Brasil nesta época - respondeu com seu sotaque suíço. Nélson, que chegou em seguida, confessou que nem se lembrava desta história. Júlio, sempre apressado, sorriu e disse: - Não era nascido. - Esperei Adilsinho entrar, procurar uma cadeira, relaxar, para então eu perguntar: - E, você, amigo? O que diz sobre o tal golpe ? - Acho que meus pais não caíram no golpe... - Caramba, melhor eu procurar amigos e vizinhos mais velhos.
Teve gente que caiu no conto do bilhete premiado, que comprou bonde, que comprou terreno na lua...ah e que comprou a máquina que fazia dinheiro. Não encontrei, até agora, quem doou ouro para o bem (?) do Brasil. Será que o Polido ou o Raymundo, dois dos amigos mais recentes de infância, indicariam alguém? Tentei o Mario Mello, via o tal do zap, amigo e companheiro de longa data, ralamos muito em vários jornais do Rio: - Tenho certeza de que você será feliz na sua missão. - Ih, acho que ele não quer revelar a idade. Será ?
Melhor mudar minha tática de abordagem. Talvez, quem sabe, usando uma afirmação fake news, tipo "estão pagando dividendos para quem doou ouro, ou outra coisa, para o bem do Brasil. Alguém conhece alguém que doou?" Não tenho coragem de usar tal golpe. Melhor nem lembrar a campanha. Pronto: a campanha doe ouro para o bem do Brasil, amigos, não existiu. Foi um simples devaneio.
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