Publicado 02/09/2023 00:30
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Céus, o carteiro sumiu! Eu o chamava de Jordan, em alusão à semelhança incrível com o atleta norte-americano do basquete. Ele, por sua vez, me chamava de Zé Mário, devido à semelhança facial e física com o ex-jogador, atualmente treinador de futebol nas bandas das Arábias. Batíamos papos quase diariamente. Eu nunca me conformei por ele não ter sido guiado ao esporte. Ele somente respondia com seu sorriso.
Eu detesto a internet que afastou, ou matou, profissões e empregos. Sou do tempo em que o lixo domiciliar era recolhido em carroças puxadas por burros. Ih, isso tem muito tempo, lá nos idos de 1950. Eu dava o chamado pão dormido direto nas bocas dos animais parados em frente à casa onde eu morava, no número 55, da Rua São Cristóvão.
Os burros sumiram, que bom. Sofriam maus-tratos. E o amolador de facas? Que ainda consertava panelas nas nossas portas? Sumiram.
Aqui, no Principado, só aparecem as Kombis das frutas e verduras. A dos sorvetes anda sumida com o inverno. Menos decibéis de altos falantes, anunciando os produtos e promoções. Nesse meu subúrbio da Água Santa, considerado, na época, como roça do Engenho de Dentro, ainda tínhamos o privilégio de saborear o leite tirado na hora, sem ser batizado. Ih, isso acabou tem séculos. Como acabaram as chácaras, das verduras e legumes que comprávamos colhidos na hora.
Até o pipoqueiro da esquina, um italiano, desapareceu. Ele e o dono da pequena loja de material de construção. Esqueci os nomes, dele e da loja. Foi ali que colocaram gesso na minha perna esquerda. Eu trabalhava em um jornal, que sumiu também, e deixou os funcionários sem pagamentos por oito meses. Esporadicamente, saía um vale de Cr$ 100. Então, com a perna imobilizada na loja de construção do amigo, passei um mês em casa - ou no bar - para compensar.
Ah, sem a imobilização, me mandei para a Ilha Grande, nessa época. Um outro amigo, o Fernando, era proprietário de uma casa no Abraão. O Fernando, também anda sumido, como, aliás, a água.
Bem, nem quero falar da falta d’água e da geosmina. E, agora, ainda temos a espuma??? Espuma, amigos, só no chope. Falando nisso, melhor me preparar para logo mais, depois das 17 horas, na casa do Fred. O aniversário dele foi semana passada. A comemoração é hoje. Os convidados, creiam, não são chegados a beber água.
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