Publicado 21/10/2023 00:00
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Foi durante uma tarde dessas, por aí.. Eu estava em bar bem conhecido, no Centro da Cidade, bebendo chope e comendo tremoços quando ouvi a conversa de duas senhoras que ocupavam a mesa ao lado.
Enquanto saboreavam pizzas com refrigerante, elas conversavam sobre tudo, desde o pedágio cobrado na RioSantos, automático, até pescarias e desmoronamentos dos morros da cidade de Angra dos Reis, Sul Fluminense.
Ah, e a usina nuclear, construída em Itaorna pedra que se esfarela, na língua dos indígenas que habitam, ainda hoje, o local , passando pelos perigos dos passeios marítimos até as 365 ilhas que mesclam a Baía da Ilha Grande. Fiquei curioso porque conheço a região desde os 2 anos de idade, podem crer. Mas, eis que durante o bate-papo, surge a história de um personagem, conhecido naquelas bandas, e que morreu há uns doze anos. Vamos identificar a figura como Ostógeno, nome tão diferente quanto o meu.
Filho de Angra, Ostógeno morava na roça, desde cedinho, na área conhecida como Caputera, ih, bem longe da rodovia, lá pra dentro. Da estrada até a casa dele, dava mais de uma hora de caminhada. Vivia do que plantava para comer e sustentar os 43 filhos, estes, somente os registrados em cartório, além das três mulheres que mantinha em três pequenas casas situadas no terreno. Em suas conquistas, levava as damas para a cachoeira ali pertinho e ficava horas com as candidatas em longos banhos refrescantes. Não que a água fosse milagrosa ou tivesse algum nutriente especial. Dizem que descobriu uma mistura de magias de origem possivelmente africana, que garantia seu lendário desempenho.
Ostógeno foi envelhecendo e engravidando as mulheres. Intrigado, descrente, entre um tremoço e uma golada de cerveja, não me segurei. Pedi licença para perguntar às vizinhas qual, afinal, seria o segredo da admirável longevidade e do apetite sexual voraz do velho: ele fazia um chá com o esporão de galo preto. Torrava a peça, socava, coava o pó, fervia na água e bebia três vezes ao dia.
Bem, entre os familiares do Ostógeno, um dos filhos, contou a ela que tem receita para as mulheres: cipó-cravo, fervido e coado, ingerido três vezes ao dia.
No terceiro dia usando a beberagem, segundo a amiga, um primo aconselhou: é melhor amarrar a mulherada. Bem, o último filho nasceu quando Ostógeno já tinha 82 anos e a mãe apenas 23 anos. Familiares do ancião atestaram a paternidade: tem a cara dos outros meios irmãos conhecidos.
Fui lembrando de Sir Charlie Spencer Chaplin, Jr, o nosso eterno Carlitos, que, aos 80 anos de idade, foi pai do último filho com a atriz Oona O'Neill, com quem teve oito. Bem, não sei se o ator usou algum chá do Ostógeno.
Eu acredito que as pessoas interessadas em melhorar o desempenho, ou acrescentar mais anos de vida ao calendário, devem procurar por um médico especialista e não se fiar em receitas mirabolantes, não comprovadas pela ciência. Se existissem, seria o fim dos galos pretos da vida. Esses, sim, criados na natureza para serem os reis dos terreiros.
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